Dramaturgo passará a aparecer nos créditos da obra de teatro 'Enrique VI'.
Colaborações são mais extensas do que se acreditava, dizem acadêmicos.
A editora Oxford University Press, do Reino Unido, garante que o dramaturgo Christopher Marlowe é o coautor de três obras de teatro que, até agora, eram atribuídas somente a WilliamShakespeare, informou nesta segunda-feira (24) a emissora BBC.
A emissora britânica lembrou que, desde o século XVIII, existe a suspeita de que o bardo de Stratford-upon-Avon não foi o único autor de três obras de teatro sobre o rei Enrique VI, apesar dessa hipótese não ter sido comprovada.
No entanto, as investigações desenvolvidas por especialistas na matéria confirmaram agora que a contribuição de Marlowe a esses textos foi "importante e suficientemente evidente", declarou à BBC Gary Taylor, da Oxford University Press. Os dois escritores aparecerão, a partir de agora, juntos nos títulos de crédito das três partes da obra de teatro "Enrique VI".
Colaboração com outros autores
Os três volumes estão incluídos em "New Oxford Shakespeare", uma nova coleção de todas as obras do escritor inglês, cuja colaboração com outros autores é mais extensa do que se acreditava até agora, segundo ressaltaram os 23 acadêmicos nacionais e internacionais envolvidos no projeto.
Os três volumes estão incluídos em "New Oxford Shakespeare", uma nova coleção de todas as obras do escritor inglês, cuja colaboração com outros autores é mais extensa do que se acreditava até agora, segundo ressaltaram os 23 acadêmicos nacionais e internacionais envolvidos no projeto.
Nesse sentido, os especialistas afirmam que Shakespeare contou com a ajuda de outros autores em 17 das 44 obras presentes nesta coleção.
Para suas pesquisas, os acadêmicos recorreram a métodos tradicionais de análise de textos, que foram complementados com ferramentas digitais e novas tecnologias, explicou a BBC. "Agora podemos estar seguros que [Shakespeare e Marlowe] não só tiveram influências mútuas, mas que também trabalharam juntos. Os rivais às vezes colaboram", destacou Taylor.
O assunto, no entanto, não está totalmente fechado, advertiu Carol Rutter, professora de estudos sobre Shakespeare na Universidade de Warwick.
"Ainda há gente que deve ser convencida. Não acredito que pelo mero fato de [a Oxford University Press] colocar seu selo sobre um título de crédito, a maioria das pessoas vão dar por liquidado o assunto", disse Rutter.
A especialista reconheceu que o bardo escreveu em colaboração com várias figuras do teatro da época, mas opinou que seria "uma surpresa" que entre elas estivesse Marlowe.
"O motivo é que, quando essas obras estavam sendo escritas, Marlowe era o dramaturgo mais famoso. Por que ela iria aceitar colaborar com um escritor que ainda não era ninguém?", argumentou Rutter.
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Conforme o momento histórico, Shakespeare foi construindo nuvens com peças dotadas de diferentes características, propriedades específicas para cada fase de sua produção literária. “Medida por Medida” e “Bem está o que bem acaba” integram o que se convencionou denominar “comédias sombrias”, peças onde tensão e situações cômicas as categorizam em desacordo com outras comédias do dramaturgo como “A comédia dos erros”, “As alegres comadres de Windsor” e “Sonho de uma noite de verão”. E a explicação é singela: foram elaboradas no mesmo período em que o autor escreveu Hamlet e Otelo, grandes obras da literatura universal que elevam a tragédia ao ápice do gênero teatral.
Na peça “Medida por Medida”, com inusitada habilidade, Shakespeare discute administração pública, direito e corrupção de maneira magistral.
O universo da administração pública adotado na peça é largo e profundo. Entrelaçados às cenas emergem assuntos como
- o autoritarismo oriundo do poder divino do rei, as prerrogativas do monarca e a antecipação do liberalismo;
- a descentralização administrativa;
- o abuso do poder na administração pública;
- os limites da delegação de competência;
- accountability, fiscalização e controle;
Quanto ao direito, lança um forte debate sobre quesitos por demais importantes para a humanidade:
- a aplicabilidade das leis mesmo quando se apresentam fora de uso por um longo tempo, gerando disfunções de toda ordem;
- a execução da pena quando esta resulta de uma lei extremamente dura;
- a discricionariedade do juiz na aplicação da lei, a subjetividade do magistrado e a fragilidade dos paradigmas que orientam o sistema de decisões no judiciário;
- a distribuição da justiça.
Especial enfoque o Bardo dá ao tema da corrupção, mostrando:
- a moral e a ética corroídas pelos interesses pessoais e pelo tráfico de influência;
- a força do poder para alterar o caráter dos administradores.
Neste aspecto Shakespeare nos faz refletir sobre a utilização do Estado enquanto instrumento de satisfação dos interesses pessoais.
E todo este universo é entrecortado por discussões sobre o amor e o ódio, a moral e o imoral, o sexo e a abstinência, a clausura e a liberdade, a prisão e a salvação, a vida e a morte.
O presente livro, além de disponibilizar a versão original de “Medida por medida” de Shakespeare, apresenta um conjunto de ensaios contextualizando a peça teatral às questões que incendeiam os panoramas contemporâneos brasileiro e latino-americano como corrupção, estado e administração pública; controle e accountability; direito e administração da justiça.
Na peça “Medida por Medida”, com inusitada habilidade, Shakespeare discute administração pública, direito e corrupção de maneira magistral.
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- a aplicabilidade das leis mesmo quando se apresentam fora de uso por um longo tempo, gerando disfunções de toda ordem;
- a execução da pena quando esta resulta de uma lei extremamente dura;
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Especial enfoque o Bardo dá ao tema da corrupção, mostrando:
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