quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Christopher Marlowe é coautor de 3 obras de Shakespeare, diz editora

Dramaturgo passará a aparecer nos créditos da obra de teatro 'Enrique VI'.
Colaborações são mais extensas do que se acreditava, dizem acadêmicos.

Da EFE

O dramaturgo Christopher Marlowe em pintura que acredita-se ser de 1585 (Foto: Domínio público)O dramaturgo Christopher Marlowe em pintura que acredita-se ser de 1585 (Foto: Domínio público)


























A editora Oxford University Press, do Reino Unido, garante que o dramaturgo Christopher Marlowe é o coautor de três obras de teatro que, até agora, eram atribuídas somente a WilliamShakespeare, informou nesta segunda-feira (24) a emissora BBC.
A emissora britânica lembrou que, desde o século XVIII, existe a suspeita de que o bardo de Stratford-upon-Avon não foi o único autor de três obras de teatro sobre o rei Enrique VI, apesar dessa hipótese não ter sido comprovada.
No entanto, as investigações desenvolvidas por especialistas na matéria confirmaram agora que a contribuição de Marlowe a esses textos foi "importante e suficientemente evidente", declarou à BBC Gary Taylor, da Oxford University Press. Os dois escritores aparecerão, a partir de agora, juntos nos títulos de crédito das três partes da obra de teatro "Enrique VI".
O poeta e dramaturgo William Shakespeare (Foto: Reprodução)O poeta e dramaturgo William Shakespeare (Foto:
Reprodução)
Colaboração com outros autores
Os três volumes estão incluídos em "New Oxford Shakespeare", uma nova coleção de todas as obras do escritor inglês, cuja colaboração com outros autores é mais extensa do que se acreditava até agora, segundo ressaltaram os 23 acadêmicos nacionais e internacionais envolvidos no projeto.
Nesse sentido, os especialistas afirmam que Shakespeare contou com a ajuda de outros autores em 17 das 44 obras presentes nesta coleção.
Para suas pesquisas, os acadêmicos recorreram a métodos tradicionais de análise de textos, que foram complementados com ferramentas digitais e novas tecnologias, explicou a BBC. "Agora podemos estar seguros que [Shakespeare e Marlowe] não só tiveram influências mútuas, mas que também trabalharam juntos. Os rivais às vezes colaboram", destacou Taylor.
O assunto, no entanto, não está totalmente fechado, advertiu Carol Rutter, professora de estudos sobre Shakespeare na Universidade de Warwick.
"Ainda há gente que deve ser convencida. Não acredito que pelo mero fato de [a Oxford University Press] colocar seu selo sobre um título de crédito, a maioria das pessoas vão dar por liquidado o assunto", disse Rutter.
A especialista reconheceu que o bardo escreveu em colaboração com várias figuras do teatro da época, mas opinou que seria "uma surpresa" que entre elas estivesse Marlowe.
"O motivo é que, quando essas obras estavam sendo escritas, Marlowe era o dramaturgo mais famoso. Por que ela iria aceitar colaborar com um escritor que ainda não era ninguém?", argumentou Rutter.
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Medida por Medida - ensaios sobre Corrupção, Administração Pública e Distribuição da Justiça. 

Conforme o momento histórico, Shakespeare foi construindo nuvens com peças dotadas de diferentes características, propriedades específicas para cada fase de sua produção literária. “Medida por Medida” e “Bem está o que bem acaba” integram o que se convencionou denominar “comédias sombrias”, peças onde tensão e situações cômicas as categorizam em desacordo com outras comédias do dramaturgo como “A comédia dos erros”, “As alegres comadres de Windsor” e “Sonho de uma noite de verão”. E a explicação é singela: foram elaboradas no mesmo período em que o autor escreveu Hamlet e Otelo, grandes obras da literatura universal que elevam a tragédia ao ápice do gênero teatral. 

Na peça “Medida por Medida”, com inusitada habilidade, Shakespeare discute administração pública, direito e corrupção de maneira magistral. 

O universo da administração pública adotado na peça é largo e profundo. Entrelaçados às cenas emergem assuntos como

- o autoritarismo oriundo do poder divino do rei, as prerrogativas do monarca e a antecipação do liberalismo;
- a descentralização administrativa;
- o abuso do poder na administração pública;
- os limites da delegação de competência;
- accountability, fiscalização e controle;

Quanto ao direito, lança um forte debate sobre quesitos por demais importantes para a humanidade: 

- a aplicabilidade das leis mesmo quando se apresentam fora de uso por um longo tempo, gerando disfunções de toda ordem;
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- a discricionariedade do juiz na aplicação da lei, a subjetividade do magistrado e a fragilidade dos paradigmas que orientam o sistema de decisões no judiciário;
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Especial enfoque o Bardo dá ao tema da corrupção, mostrando:

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Neste aspecto Shakespeare nos faz refletir sobre a utilização do Estado enquanto instrumento de satisfação dos interesses pessoais.

E todo este universo é entrecortado por discussões sobre o amor e o ódio, a moral e o imoral, o sexo e a abstinência, a clausura e a liberdade, a prisão e a salvação, a vida e a morte.

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