O projeto pode ser transformado em vídeo com as peças em LibrasBianca Paiva/Agência Brasil |
Segundo o
professor Maxiliano Batista de Barros, que coordena o trabalho, a ideia é fazer
com que as pessoas com deficiência auditiva tenham acesso à cultura da região
onde vivem. “Isso que é gratificante. Eles terem acesso a essas histórias que
fazem parte da cultura, não por serem surdos, mas por serem amazônidas, pessoas
da região que têm o direito de conhecer nossa cultura local, que é riquíssima”.
De acordo
com o professor, os surdos criaram sinais para representar, principalmente,
símbolos característicos da cultura amazônica, como é o caso do guaraná. “O
guaraná é uma identidade, não da comunidade surda, mas, sim, do povo Maué, da
etnia Sateré-Mawé, do município de Maués. O guaraná é a identidade local da
cidade. O povo Mawé foi o primeiro a cultivar o guaraná, então, teríamos que
ter um sinal próprio, nosso, para representar isso em Libras de forma
identitária”, ressaltou. Para criar as peças em Libras, duas alunas fizeram uma
pesquisa de campo para coletar as histórias que são contadas por idosos, nas
comunidades ribeirinhas. “Isso foi algo que vi a partir da minha própria
realidade. Quando eu era criança, quem contava essas histórias era a minha
bisavó, que era indígena baré. E aí surgiu a ideia de fazer, através de um
projeto de extensão, a catalogação de algumas histórias. Nós delimitamos que as
alunas fizessem o levantamento de cinco histórias e elas fizeram seis. Esse
material, que foi filmado e depois transcrito, nós levamos para o Instituto,
convidamos a comunidade surda, e eles começaram a criar os sinais que não
existiam ainda”, disse Barros.
Pessoas com deficiência auditiva agora têm acesso a conhecer as lendas da Amazônia por meio do teatro |
A história
da origem do guaraná é uma das três lendas que já viraram peça teatral. As
outras são a do boto e a do Jurupari, também conhecido como Mapinguari, que é
um ser mitológico da Amazônia. A ideia é que, em breve, outras lendas, como da
Matita Pereira, da Cobra Grande, do curandeiro Anselmo, sejam também
interpretadas em Libras. As apresentações são feitas uma vez por ano no
instituto e em eventos da cidade de Maués. Atualmente, oito pessoas fazem parte
do grupo. Entre elas, além dos surdos, há participantes com outros tipos de
deficiências.
“Tem um
cadeirante que tem paralisia cerebral que atua magnificamente. Ele incorpora o
personagem. O trabalho fica riquíssimo com a participação, não somente dos surdos,
mas de alunos com outras deficiências. É por isso que, em 2017, nós queremos
dar oportunidade para a participação de alunos e pessoas com outras
deficiências nos nossos projetos.”
“Na
verdade, esse é um trabalho de sensibilização. Fazer com que justamente as
famílias busquem aprender a língua de sinais. A procura só tende a aumentar
aqui no instituto. Quando a gente divulga um curso de Libras, em dois dias, no
máximo três, todas as 30 vagas são preenchidas. É rápido. A gente vê que a
família gosta, que fica emocionada quando vê o seu filho realizar uma atividade
que nunca imaginaria que ele teria essa potencialidade”, contou o professor.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), de 2010,
mostram que Maués tem 53 mil habitantes e 14 mil deles têm algum tipo de
deficiência em variados níveis. As pessoas com deficiência auditiva seriam
cerca de 2 mil. Segundo o professor, há 33 surdos na cidade, com deficiência
severa, que são usuários da Libras, e que precisam de intérpretes. Ele conta
que o projeto também tem estimulado parentes e amigos de surdos a se
interessarem pela Língua Brasileira de Sinais.
A
expectativa é que o projeto também seja transformado em vídeo, em 2017, com as
peças teatrais das lendas interpretadas em Libras. Além disso, essas histórias
poderão ser contadas ainda para pessoas com deficiência visual, por meio de
audiodescrição e um livro em braile.
Bianca
Paiva, correspondente da Agência Brasil
__________________
Dicas para incentivar o hábito da leitura infantil
A criança que lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ter contato com obras literárias, desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.
A família tem o papel de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação. As crianças precisam ser encantadas pela leitura.
Para isso, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido.
No período da alfabetização, é interessante misturar a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a ela ilustre uma história. Além disso, para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro e sempre valorizá-lo. Fica então uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho.
A seguir, confira algumas dicas que, se realizadas com determinação e disposição, podem garantir que o seu filho em fase de alfabetização seja um pequeno grande leitor:
1. Respeite o ritmo e o gosto do seu filho
Não se preocupe caso ele leia livros que você considere muito infantil. Cada criança vai apresentar uma evolução diferente em relação isso. Provavelmente, ele escolherá livros diferentes do que você escolheria para ele e seu respeito em relação a isso é essencial. Incentive a leitura que parecer mais agradável a ele e, aos poucos, ele próprio irá buscar outros estilos.
2. Faça passeios que tragam a leitura para o cotidianoProcure proporcionar passeios a livrarias, bibliotecas, museus e ambientes que façam parte de cenários dos seus livros. Por exemplo: caso ele esteja lendo algo sobre animais, proporcione um passeio ao zoológico.
3. Incentive a leitura antes de dormirEnquanto o pequeno ainda não souber ler, leia para ele todas as noites. Isso vai fazer com que ele tenha vontade de aprender ainda mais rápido. Assim que ele próprio já puder fazer a leitura, incentive para que ele tenha alguns minutos para isso, todas as noites, e providencie um abajur para ficar ao lado da sua cama.
4. Improvise representações dos livrosOrganize apresentações teatrais entre ele e seus amigos, para que encenem a história que acabou de ler. Ajude-os na criação de cenários e figurinos e chame uma pequena plateia para prestigiá-los.
3. Incentive a leitura antes de dormirEnquanto o pequeno ainda não souber ler, leia para ele todas as noites. Isso vai fazer com que ele tenha vontade de aprender ainda mais rápido. Assim que ele próprio já puder fazer a leitura, incentive para que ele tenha alguns minutos para isso, todas as noites, e providencie um abajur para ficar ao lado da sua cama.
4. Improvise representações dos livrosOrganize apresentações teatrais entre ele e seus amigos, para que encenem a história que acabou de ler. Ajude-os na criação de cenários e figurinos e chame uma pequena plateia para prestigiá-los.
5. Organize um clube do livroProponha aos pais dos amigos do seu filho que criem um clube do livro. A cada mês, escolham a história para que todos leiam e depois organizem debates e encenações sobre a obra. Podem ainda promover trocas de livros entre si, incentivando assim que eles conheçam diferentes tipos de estilos literários.
6. Ajude-o a ler melhorCaso a criança tenha dificuldades para ler, é essencial que os pais o ajudem nisso. Leia para ele, acompanhe suas leituras em voz alta, tire dúvidas e o incentive a não desistir.
Expresso MT
"Estórias maravilhosas para aprender se divertindo", uma coleção com 10 livros infantis e juvenis. Quer saber mais, clique aqui.