sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A guerra entre terroristas


Omran é o alvo porque os combatentes fazem do insuportável mais uma arma

A imagem de Omran… não é que ela não me saia da cabeça, ela não sai do meu coração. Vi o filminho em que ele toca o sangue que não sei se é dele, a expressão do atordoamento silencioso, o choro ausente talvez bloqueado pelo choque e o que fez este domingo anoitecer de tão frio foi mesmo o que a gente não vê. O mundo é doente e as guerras são inevitáveis, mas não custava nada ter uma lei assim: vai ter guerra? Então tá, tira todas as crianças, todos os velhinhos, os doentes, as mulheres grávidas e as mamães recentes com os nenenzinhos; que fiquem só adultos saudáveis que guerrearão.

Pronto, é horrível do mesmo jeito, mas se nossa espécie não tem jeito, que os tão vulneráveis fossem protegidos para que o horrível não se tornasse insuportável em ambas as faces visível e invisível. É uma questão de decoro humanitário, era assim antigamente, as guerras tinham certa etiqueta.

Nesta, com Bashar al-Assad que honra uma linhagem de predadores do humano auxiliado por assassinos como Putin e o regime iraniano para combater o demoníaco Estado Islâmico, Omran é o alvo porque os combatentes fazem do insuportável mais uma arma; é uma guerra entre terroristas. Vou tentar buscar luz e calor, neste domingo escurecido, na própria imagem de Omran no meu coração.

Coluna do Augusto Nunes

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