Ganhadora do Prêmio Nobel de 2015 e um dos destaques
da última edição da Flip, a jornalista bielorrusa Svetlana Aleksiévitch deixou
de fazer parte do diretório russo do PEN Center, uma das principais associações
de escritores do mundo. O motivo foi o protesto da escritora contra a expulsão
do jornalista Serguei Parkhomenko e sua oposição ao governo de Putin. “Os escritores
russos só agiram de forma tão subserviente e ultrajante no período stalinista.
Mas Putin vai passar, enquanto essa página vergonhosa do PEN vai ficar”, disse
a escritora em carta. Parkhomenko, conhecido por protestar contra o governo
Putin, foi expulso da associação por “atividade de provocação” e por “tentar
destruir a organização”. A atitude de Svetlana foi acompanhada por outros 30
escritores, que também deixaram a associação.
Publishnews
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O livro
A peça teatral enfoca duas das mais importantes personalidades do movimento artístico mundial, o poeta e dramaturgo Maiakovski e o diretor teatral Meyerhold, ambos russos.
Entusiastas de primeira hora da revolução de 1917 pouco tempo depois se tornariam grandes vítimas dela, devorados que foram pela burocracia e pela repressão soviética.
Maiakovski passou para a história como o ‘poeta da revolução’; Meyerhold como o encenador criador do grotesco cênico e da Biomecânica, escola teatral que sorveu as ideias produtivistas de Taylor, a teoria de reflexos condicionados de Pavlov e os estudos das relações corpo-emoções de Willian James.
Filiados ao Partido Bolchevique, Maiakovski e Meyerhold montam, em 1918, em comemoração ao primeiro ano da revolução soviética, a peça teatral “Mistério Bufo”.
A partir daí mergulham no materialismo dialético e no realismo socialista promovendo um teatro maniqueísta de propaganda política: o bem numa extremidade, o mal na outra; os revolucionários de um lado e os exploradores do outro, bem ao sabor da nova ordem burocrática.
Mas quando abrem mão do teatro panfletário, simplista e maniqueísta, passam a ser acusados pelo establishment comunista de produzir uma arte “incompreensível para as massas”, e de cultuar em suas montagens “aspectos místicos, eróticos e de espírito associal”.
A partir daí os problemas com o partido da classe operária foram se acumulando, intensificando, até que a apresentação de “O percevejo” - texto de Maiakovski e direção de Meyerhold – representou a ruptura definitiva.
O diretor teatral Meyerhold foi preso em 1939 e assassinado a tiros na prisão em 1940.
O poeta e dramaturgo Maiakovski, segundo a versão oficial, teria se suicidado em 14 de abril de 1930, aos 36 anos de idade. No velório, 150 mil pessoas passaram na frente de seu caixão nos 3 dias em que ficou exposto.
Neste período da história soviética, mais de 1500 artistas foram submetidos ao mesmo brutal ritual estalinista de seleção cultural.
É este o contexto histórico que embala a peça teatral “Estrela vermelha: à sombra de Maiakovski”.
Na peça, Antônio Carlos desenvolve a trama lançando mão de personalidades históricas, obras artísticas e fatos reais que permearam as vidas de Maiakovski e Meyerhold. Passeia pela diferentes fases de suas vidas, pela ebulição revolucionária da época, pela repressão promovida pelo estado, para culminar numa densa discussão sobre a morte do poeta da revolução, o conflito dramático: de um lado, os protagonistas argumentando que o poeta foi barbaramente assassinado, que o suicídio teria sido forjado, armado; enquanto, do outro lado, os antagonistas repercutem a versão oficial de 'suicídio'.
Em uma das cenas os agentes soviéticos interrogam uma personagem da peça, explicam a farsa montada para embasar a versão oficial sobre o 'suicídio' de Maiakovski: “Os fatos não precisam ser verdadeiros, Dimitri. Basta que tenham a aparência da verdade. E todos se dão por satisfeitos”.
A peça teatral enfoca duas das mais importantes personalidades do movimento artístico mundial, o poeta e dramaturgo Maiakovski e o diretor teatral Meyerhold, ambos russos.
Entusiastas de primeira hora da revolução de 1917 pouco tempo depois se tornariam grandes vítimas dela, devorados que foram pela burocracia e pela repressão soviética.
Maiakovski passou para a história como o ‘poeta da revolução’; Meyerhold como o encenador criador do grotesco cênico e da Biomecânica, escola teatral que sorveu as ideias produtivistas de Taylor, a teoria de reflexos condicionados de Pavlov e os estudos das relações corpo-emoções de Willian James.
Filiados ao Partido Bolchevique, Maiakovski e Meyerhold montam, em 1918, em comemoração ao primeiro ano da revolução soviética, a peça teatral “Mistério Bufo”.
A partir daí mergulham no materialismo dialético e no realismo socialista promovendo um teatro maniqueísta de propaganda política: o bem numa extremidade, o mal na outra; os revolucionários de um lado e os exploradores do outro, bem ao sabor da nova ordem burocrática.
Mas quando abrem mão do teatro panfletário, simplista e maniqueísta, passam a ser acusados pelo establishment comunista de produzir uma arte “incompreensível para as massas”, e de cultuar em suas montagens “aspectos místicos, eróticos e de espírito associal”.
A partir daí os problemas com o partido da classe operária foram se acumulando, intensificando, até que a apresentação de “O percevejo” - texto de Maiakovski e direção de Meyerhold – representou a ruptura definitiva.
O diretor teatral Meyerhold foi preso em 1939 e assassinado a tiros na prisão em 1940.
O poeta e dramaturgo Maiakovski, segundo a versão oficial, teria se suicidado em 14 de abril de 1930, aos 36 anos de idade. No velório, 150 mil pessoas passaram na frente de seu caixão nos 3 dias em que ficou exposto.
Neste período da história soviética, mais de 1500 artistas foram submetidos ao mesmo brutal ritual estalinista de seleção cultural.
É este o contexto histórico que embala a peça teatral “Estrela vermelha: à sombra de Maiakovski”.
Na peça, Antônio Carlos desenvolve a trama lançando mão de personalidades históricas, obras artísticas e fatos reais que permearam as vidas de Maiakovski e Meyerhold. Passeia pela diferentes fases de suas vidas, pela ebulição revolucionária da época, pela repressão promovida pelo estado, para culminar numa densa discussão sobre a morte do poeta da revolução, o conflito dramático: de um lado, os protagonistas argumentando que o poeta foi barbaramente assassinado, que o suicídio teria sido forjado, armado; enquanto, do outro lado, os antagonistas repercutem a versão oficial de 'suicídio'.
Em uma das cenas os agentes soviéticos interrogam uma personagem da peça, explicam a farsa montada para embasar a versão oficial sobre o 'suicídio' de Maiakovski: “Os fatos não precisam ser verdadeiros, Dimitri. Basta que tenham a aparência da verdade. E todos se dão por satisfeitos”.
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