O mundo de hoje é marcado pela profusão de imagens geradas a todo
momento pelos aparelhos celulares e pela facilidade da difusão do conteúdo
fotográfico pelas redes sociais e outras mídias contemporâneas. Nesse contexto
atual, nada é mais contrastante do que a produção de imagens com técnicas
históricas, que remontam aos primórdios da fotografia.
Mostrar que o uso de técnicas antigas pode estar a serviço da criação
contemporânea é a proposta da exposição Artesania Fotográfica –
a construção e a desconstrução da imagem, inaugurada no início da noite dessa
terça-feira (1º), no Espaço Cultural BNDES, no centro do Rio. Sob a curadoria
da pesquisadora Marcia Mello, a mostra reúne obras de sete fotógrafos
brasileiros que usam processos alternativos de impressão de imagem.
Os trabalhos selecionados pela curadora abordam temáticas recorrentes ao
universo fotográfico, como retratos, paisagens, objetos, vegetais. Os
resultados obtidos por Ailton Silva, Cris Bierrenbach, Francisco Moreira da
Costa, Mauro Fainguelernt, Ricardo Hantzschel, Roger Sassaki e Tiago Moraes
surpreendem, no entanto, pela forma transgressora com que abordam esses temas
clássicos.
Pesquisadora com larga experiência na curadoria de exposições de arte
fotográfica, Marcia Mello tem um interesse antigo pela produção de imagens no
século 19 e pela forma como a fotografia se expandiu pelo mundo, antes do
surgimento das grandes indústrias do ramo, como a Kodak. “Essa fase, pelo fato
de ser mais artesanal, foi um período muito rico, pela variedade de suportes
empregados antes do aparecimento do papel fotográfico, como o vidro e o metal”,
disse.
Por causa desse interesse, Marcia começou a formar uma pequena coleção
de fotos antigas e também foi conhecendo fotógrafos contemporâneos que
pesquisavam essas formas anteriores de produzir imagens. “E aí, tive a ideia de
reunir em uma exposição esses fotógrafos, que apesar de utilizarem técnicas
antigas têm uma estética, um olhar contemporâneo”, contou.
A exposição inclui equipamentos, instrumental e produtos químicos,
buscando trazer ao público um pouco do mundo do laboratório e do estúdio dos
fotógrafos. Também estão em exibição alguns exemplares fotográficos históricos
para uma comparação entre a produção atual e a dos séculos anteriores.
É o que a curadora chama de “alquimia da fotografia artesanal” e que,
segundo ela, funciona como um contraponto ao universo atual das imagens. “Eu
acho que o mundo digital trouxe ferramentas importantes, libertou a fotografia
de alguns dogmas. Você hoje tem ferramentas que podem transformar a imagem com
muito mais facilidade do que na era analógica. No entanto, tudo é feito por
meio da máquina. A fotografia artesanal recupera a alquimia, incorpora o erro,
que passa a fazer parte da linguagem”, comentou.
A exposição faz ainda uma homenagem à fotógrafa carioca Regina Alvarez
(1948-2007), pioneira na retomada do uso de técnicas alternativas de produção e
impressão de fotografia no Brasil nos anos 1970, com a exibição de documentos,
anotações pessoais e trabalhos de sua autoria. Artesania fotográfica – a
construção e a desconstrução da imagem fica aberta ao público até 22 de
setembro e pode ser vista de segunda a sexta, das 10 às 19h, com entrada
grátis.
O Espaço Cultural BNDES fica na Avenida Chile, 100, no centro do Rio.
Por Paulo Virgílio, da Agência
Brasil
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Amor de elefante
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Nesta peça dramática o autor apresenta - de uma forma bastante inusitada - duas personagens em busca da realização de seus sonhos. Enfatiza o caráter político dos obstáculos interpostos, vincula as barreiras artificialmente criadas ao aparelhamento do Estado por grupos de interesses, contrapõe o messianismo vigente aos valores da liberdade e da democracia, para finalizar a trama de um modo surpreendente, capturando definitivamente o leitor, conduzindo-o ao mais inesperado e sublime dos desfechos.