A atriz e diretora Jeanne Moreau,
considerada a grande dama do cinema francês, morreu nesta segunda-feira (31)
aos 89 anos de idade, informou a imprensa francesa.
A intérprete, que trabalhou com os
maiores diretores da cinematografia francesa, como François Truffaut, Louis
Malle e André Téchiné, foi encontrada morta em sua casa em Paris por sua
empregada doméstica, segundo a revista Closer.
Moreau, "a melhor atriz do
mundo", segundo Orson Welles, é a primeira mulher acadêmica de Belas Artes
na história da França, fez parte da "Nouvelle Vage" e foi musa de
diretores como Luis Buñuel, com quem trabalhou em Diário de uma Criada de Quarto.
"Essa tristeza não acabará
nunca, mas a alegria de lembrá-la sempre estará conosco", escreveu no
Twitter o Unifrance, organismo encarregado da promoção do cinema francês no
exterior.
A protagonista de Uma Mulher para Dois (1962) e de A Noiva Estava de Preto (1967), de Truffaut, teve ampla
trajetória. Entre os filmes que fez, destacam-se também A Noite (1962), de Michelangelo Antonioni, e Duas Almas em Suplício (1960), de Peter Brook, que lhe valeu
o prêmio de melhor interpretação feminina em Cannes.
Nascida em 23 de janeiro de 1928, de
pai francês e mãe britânica, estreou no teatro em 1947 com La terrasse de midi, apresentada no
Festival de Avignon.
Atriz poliglota e internacional, que
se destacou também como cantora, foi prêmio César de melhor atriz em 1992 por La vieille qui marchait dans a mer, de
Laurent Heynemann, e presidente do júri de Cannes em 1975 e 1995.
Moreau presidiu também o júri da
Seção Oficial do 54º Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em
2006, e deixa uma trajetória cinematográfica composta por mais de uma centena
de filmes.
"Com ela desaparece uma artista
que encarnou o cinema na sua complexidade, na sua memória, na sua defesa",
afirmou hoje a presidência francesa, que a lembrou como uma mulher rebelde
contra "a ordem estabelecida e a rotina".
A atriz francesa Jeanne Moreau - FotoAurellie Audureau - Arquivo Agência Lusa |
A também cenógrafa, diretora de
filmes como No
Coração, a Chama (1976),
foi casada com Jean-Louis Richard, pai do seu filho Jérôme, e posteriormente
com William Friedkin.
Da
Agência EFE