O Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) lançou dia 27 uma chamada pública para apoiar
projetos de incorporação de tecnologias digitais na educação pública. Serão
disponibilizados pela instituição R$ 20 milhões não reembolsáveis do Fundo
Social do BNDES.
O edital é uma parceria com o
Ministério da Educação e integra o Programa de Inovação Educação Conectada do
governo federal, lançado em novembro,
que tem como objetivo levar, até 2024, internet de alta velocidade e assegurar
a inserção tecnológica como ferramenta pedagógica a todas as escolas públicas.
Segundo o presidente do BNDES, Dyogo
Oliveira, são esperados na chamada pública projetos em áreas como motivação de
alunos e professores, evolução de indicadores educacionais dos projetos,
melhorias na qualidade do ensino, equidade, gestão das redes e escolas e
promoção de maior aprendizado escolar. Ele adiantou que o setor privado também
deve aportar recursos no projeto.
“Não é uma soma de recursos muito
vultuosa, mas ele vai ser adicionado de recursos do próprio setor privado. A
Fundação Lemann já demostrou interesse de aportar algum recurso e a gente
espera levantar uns R$ 15 milhões com os parceiros”.
Os projetos devem ter por objetivo um
dos quatro eixos estruturantes do programa: visão, formação, recursos
educacionais digitais e infraestrutura, para aplicação em escolas públicas de
ensino fundamental e médio. Os estados e o Distrito Federal devem manifestar
interesse em apresentar propostas de projetos até o dia 15 de maio. Serão
selecionados cinco projetos e outros cinco ficarão em uma lista de espera.
O edital está disponível no site
www.bndes.gov.br/educacaoconectada e as operações serão contratadas até o dia
31 de dezembro, com coordenação do BNDES e suporte técnico do Centro para
Inovação da Educação Brasileira (CIEB), que já atua em parceria com o MEC.
Modelos
O ministro da Educação, Rossieli
Soares, explicou que o objetivo do edital é testar modelos efetivos de uso da
tecnologia na educação, para depois atuar no longo prazo com maior escala.
“Essa etapa do edital do BNDES é muito
importante para um acompanhamento de qualidade, testar políticas novas, de como
funciona em uma escola ou em uma rede que deseja. É muito importante para que a
gente não faça investimentos que depois não conseguem ser replicáveis. A gente
precisa ter políticas que funcionem, que apoiem a educação naquilo que é
fundamental. Não é a educação de qualquer jeito usando a tecnologia, é a
tecnologia apoiando a educação. Essa deve ser a ordem, e mirando em resultados
que apoiem efetivamente isso, ou seja, colocar experiências e testá-las”.
Sobre o programa Educação Conectada,
o ministro disse que todos os municípios já estão com uma pessoa fazendo a
formação com bolsa do ministério, “para discutir tecnologia, a criação de um
planejamento, a visão de como usar a tecnologia na sala de aula da rede deles,
como utilizar coletivamente, como pensar com os professores como a tecnologia
pode usar”. São 6 mil pessoas passando pela formação, que tem investimento de
R$ 15 milhões.
Segundo Soares, ainda em 2018 serão
investidos R$ 100 milhões para levar a internet de alta velocidade a 22.500
escolas urbanas e 6.500 rurais, que já estão aptas a participar do processo e
estão fazendo as adesões e entregando os planejamentos.
Quanto à Plataforma Integrada de
Recursos Educacionais Digitais (RED), o ministro disse que está em processo de
implantação e já conta com milhares de professores usuários e cerca de 40
parceiros que fornecem conteúdo. “A plataforma pega todos os parceiros que
fazem uma curadoria e mantém nas suas plataformas. A plataforma integrada ajuda
a conectar o professor com esses conteúdos que foram curados por essas
instituições credenciadas no Ministério da Educação. São parceiros a Fundação
Roberto Marinho, por exemplo. E o professor pode ter acesso ao plano de aula de
outros professores, usar igual ou como referência.”
EBC
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