Atores constroem situações ligadas por um jogo com cadeiras de madeira
No espetáculo 'Ignorância', que estreia nesta sexta (22), na Funarte, os mineiros do Quatroloscinco retomam a criação autoral como motor do trabalho. Na quinta montagem do grupo, dois atores constroem diversas situações ligadas por um jogo com 30 cadeiras de madeira espalhadas pelo palco.
Na trama, as cenas, ora ironicamente cômicas, ora dramáticas, criam reações contrastantes frente à ignorância humana e a obsessão pelo progresso civilizatório. A dramaturgia traz a ignorância representada de várias maneiras.
– O discurso de 'Ignorância' se propõe político, porém poroso, vacilante, na fuga dos discursos prontos e das verdades proclamadas pelo senso comum, abordando o estado da ignorância em diversas cores e espectros. No texto, propõe-se um diálogo com o mundo de hoje, permeado por interlocuções sociais, políticas e artísticas que, por certo, denunciam o quanto nossa humanidade está escapando de nossas mãos, enquanto assistimos impassíveis – explica o dramaturgo e diretor Marcos Coletta.
O processo de criação de 'Ignorância' começou em maio de 2015, a partir do desejo do coletivo de se fazer um espetáculo com menos atores em cena e em menos tempo. As primeiras ideias surgiram sobre os conceitos de fronteira e limite, quando começou a se agravar a crise de refugiados na Europa. Foi então que se chegou à palavra-chave ignorância, que passou, então, a guiar o trabalho.
– O teatro de grupo ganhou um novo fôlego, com o surgimento e fortalecimento de importantes coletivos, a colaboração entre artistas de diferentes grupos e áreas se tornou ainda mais importante, em um contexto em que a independência é tantas vezes mais que uma opção, e a criação autoral, especialmente no que diz respeito à dramaturgia, viveu uma verdadeira revolução – diz Coletta.
Ignorância
SINOPSE:
Dois atores constroem diversas situações, ligadas por um jogo com trinta cadeiras de madeira espalhadas pelo palco. As cenas, ora ironicamente cômicas, ora dramáticas, criam reações contrastantes frente à ignorância humana e a obsessão pelo progresso civilizatório.
+14 anos
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