quarta-feira, 22 de março de 2017

Andrea Beltrão interpreta 'Antígona' no Festival de Curitiba


Atriz comemora 40 anos de carreira e se apresenta sozinha no palco pela 1ª vez; a famosa tragédia grega é de Sófocles.
Com apresentações marcadas para os dias 5 e 6 de abril no Festival de Curitiba, a peça “Antígona”, de Sófocles é um alerta do que pode acontecer a governos tiranos, quando as autoridades colocam os interesses ditos públicos acima dos da população.
Interpretada por Andrea Beltrão, “Antígona” tem direção de Amir Haddad e tradução de Millor Fernandes. Como desafio, o diretor e a atriz encararam a viagem até a raiz do mito que originou um texto – já tantas vezes montado – num trabalho de reescrita cênica de uma obra-prima. Este é o primeiro solo de Andrea Beltrão, que completa 40 anos de carreira.
“Antígona” foi escrita em 441 A.C. e é reconhecida por enaltecer o poder feminino. A jovem Antígona é a última descendente dos que originaram a cidade de Tebas, na Grécia.
Filha da relação incestuosa entre Jocasta e Édipo – de quem, portanto, é filha e irmã – é condenada por desobedecer seu tio Creonte, então rei de Tebas. O rei havia proibido que seu irmão, Polinice, tivesse um enterro conforme as tradições religiosas de seu povo.
Antígona enterra o seu morto, desobedece ao Estado e paga com a vida sua desobediência civil. Porém, essa condenação também tem um preço para o rei tirano.
Uma das preocupações da montagem é colocar as pessoas a par dos acontecimentos míticos. Na Grécia antiga, o público sabia de antemão sobre os personagens que apareciam e eram citados no texto: o temperamento, a genealogia e a história dos deuses e mitos fazia parte do cotidiano. Então, a partir disso, o público consegue ir mais a fundo na mensagem de Sófocles.
Amir Haddad
Amir Haddad dirigiu grupos alternativos na década de 1970 e fundamentou uma linha de trabalho que inclui a disposição não convencional da cena, a desconstrução da dramaturgia, a utilização aberta dos espaços cênicos e a interação entre atores e espectadores. Na década de 80 fundou o Grupo Tá na Rua, do qual faz parte até hoje. No Festival de Curitiba ele participa com duas montagens.
Sobre o Festival
A 26ª edição do Festival de Curitiba começa em 28 de março. A programação segue até 9 de abril com artistas em espetáculos para todas as idades e bolsos. Na Mostra Oficial serão 38 atrações, três internacionais e oito estreias nacionais. Confira a grade de programação.
O Fringe, recorte do festival com participação livre, sem curadoria, completa 20 edições e terá 11 mostras especiais – uma delas portuguesa, com 5 espetáculos. Ao todo, são 303 montagens em cartaz, 45 delas com apresentações de rua e 66 espetáculos gratuitos.
Além dos espetáculos, performances, intervenções e dos dois shows musicais, a programação inclui ainda uma série de ações, oficinas, conversas após as peças, encontro de crítica e curadoria e outras atividades de estimulo à formação do pensamento, às trocas entre artistas e entre artistas e público. Confira o guia oficial do festival.
Quer saber mais sobre o Festival? Acesse Festival de Curitiba 2017.
G1

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