Segue até esta terça-feira (21), na capital paulista, a quarta edição da
Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp). O evento, que teve início
no dia 14, apresenta dez espetáculos de seis países: África do Sul, Alemanha,
Bélgica, Brasil, Chile e Líbano. Os ingressos para as peças custam R$ 10 (meia)
e R$ 20 (inteira) e as atividades de formação e reflexão são gratuitas.
A organização destaca que, desde a primeira edição (2014), a mostra
privilegia a experimentação e a investigação em artes cênicas. “Não é só teatro
em si, ou o que a gente entende a priori como teatro, mas um teatro que
trabalha com artes plásticas, com cinema, que trabalha com dança, com música,
documentário. A própria cena contemporânea traz essa hibridez que expande a
ideia de teatro”, explica Andreia Duarte, coordenadora do eixo reflexivo e
pedagógico da mostra.
Nesta edição, o libanês Rabih Mroué ganhou uma mostra especial com a
apresentação de três espetáculos: Revolução em Pixels, Tão Pouco Tempo e
Cavalgando Nuvens. “O ator, dramaturgo e artista visual nascido em Beirute se
apropria do contexto de conflito e de guerra no Oriente Médio desconstruindo
narrativas e imagens”, destaca a curadoria.
As montagens ocupam vários espaços da cidade: Auditório do Ibirapuera,
Itaú Cultural, Sesc Vila Mariana, Sesc Pinheiros, Sesc Belenzinho, Teatro João
Caetano, Centro Cultural São Paulo (CCSP) e Theatro Municipal de São Paulo.
Racismo em dabate
A atual conjuntura do país é um tema que perpassa os eixos da direção
artística do evento. Um desses temas é a questão “da negritude, do racismo, do
protagonismo negro e do empoderamento”. Pelo menos três espetáculos abordam o
tema: Branco: o cheiro do lírio e do formol; A Missão em Fragmentos: 12 cenas
de descolonização em legítima defesa; e Black Off.
Nesse sentido, a MITsp promove também o seminário “Discursos sobre o Não
Dito: racismo e a descolonização do pensamento”. Entre os convidados, estão a
intelectual sul-africana Nicky Falkof, da Universidade de Witwatersrand
(Joanesburgo); a historiadora Giovana Xavier; a socióloga norte-americana
Patricia Collins; e a filósofa Djamila Ribeiro. O seminário ocorre segunda e
terça (20 e 21).
Por Camila Maciel, da Agência
Brasil