Peça parte do ponto de vista da luta das mulheres em vários tipos de 'guerras'
Duas mulheres se encontram depois do conflito bósnio, uma terapeuta norte-americana e uma bósnia violentada. Ambas revelam suas histórias numa tentativa desesperada de encontrar forças para continuar suas trajetórias. Essa é trama inicial de 'O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha', que estreia nesta quinta-feira (26), às 19h, no Espaço Sesc, no Rio de Janeiro.
O espetáculo retrata duas mulheres arrasadas, feridas, que tentam reconstruir a percepção sobre si mesmas e sobre o mundo. Através de Kate (Ester Jablonski), uma psicoterapeuta americana que trabalha como voluntária, e Dorra (Fernanda Nobre), uma refugiada bósnia vítima de estupro, Matéi Visniec deflagra um grito sobre a condição da mulher durante a guerra, quando o estupro era a tática mais utilizada para humilhar e derrotar o inimigo de ambos os lados.
A dramaturgia de Matéi Visniec, aliada à direção de Fernando Philbert, tem a potência de traduzir o ser humano ao trazer para a cena a questão da violência contra a mulher sem derrotismo, mas sob o ponto de vista da luta e resistência em todas as guerras, até mesmo as do dia a dia.
O autor romeno, naturalizado francês após pedir asilo político em 1987, é considerado por muitos 'o novo Ionesco', por dar continuidade ao gênero do teatro do absurdo. Outro traço de seus trabalhos é o olhar crítico do autoritarismo e as contradições inerentes ao ser humano.
O espetaculo é parte do projeto "Mulheres Em Cena: Corpo e Violência", que reúne filmes, leituras e debates sobre a condição da mulher, além de uma temporada da peça 'Bonecas Quebradas', que estreia dia 9 de junho, às 21h.
Da Globo teatro.