quinta-feira, 26 de maio de 2016

'O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha' aborda resistência feminina

Peça parte do ponto de vista da luta das mulheres em vários tipos de 'guerras'


Mulheres arrasadas e feridas tentam reconstruir a percepção sobre si mesmas e sobre o mundo (Foto: Divulgação/Ana Alexandrino)Mulheres tentam reconstruir percepção sobre si mesmas e o mundo (Foto: Divulgação/Ana Alexandrino)
Duas mulheres se encontram depois do conflito bósnio, uma terapeuta norte-americana e uma bósnia violentada. Ambas revelam suas histórias numa tentativa desesperada de encontrar forças para continuar suas trajetórias. Essa é trama inicial de 'O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha', que estreia nesta quinta-feira (26), às 19h, no Espaço Sesc, no Rio de Janeiro.
O espetáculo retrata duas mulheres arrasadas, feridas, que tentam reconstruir a percepção sobre si mesmas e sobre o mundo. Através de Kate (Ester Jablonski), uma psicoterapeuta americana que trabalha como voluntária, e Dorra (Fernanda Nobre), uma refugiada bósnia vítima de estupro, Matéi Visniec deflagra um grito sobre a condição da mulher durante a guerra, quando o estupro era a tática mais utilizada para humilhar e derrotar o inimigo de ambos os lados.
Matéi Visniec deflagra um grito sobre a condição da mulher durante a guerra (Foto: Divulgação/Ana Alexandrino)Matéi Visniec deflagra um grito sobre a condição da mulher na guerra (Foto: Divulgação/Ana Alexandrino)
A dramaturgia de Matéi Visniec, aliada à direção de Fernando Philbert, tem a potência de traduzir o ser humano ao trazer para a cena a questão da violência contra a mulher sem derrotismo, mas sob o ponto de vista da luta e resistência em todas as guerras, até mesmo as do dia a dia.
O autor romeno, naturalizado francês após pedir asilo político em 1987, é considerado por muitos 'o novo Ionesco', por dar continuidade ao gênero do teatro do absurdo. Outro traço de seus trabalhos é o olhar crítico do autoritarismo e as contradições inerentes ao ser humano.
O espetaculo é parte do projeto "Mulheres Em Cena: Corpo e Violência", que reúne filmes, leituras e debates sobre a condição da mulher, além de uma temporada da peça 'Bonecas Quebradas', que estreia dia 9 de junho, às 21h.
Da Globo teatro.