Principal
evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais, a Mostra
Ecofalante de Cinema Ambiental chega à sexta edição, que começa na próxima
quinta-feira (1º) e vai até 14 de junho em São Paulo. Com entrada gratuita em
todas as exibições, o festival celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o
Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, criado Organização das Nações Unidas
com o intuito de chamar a atenção para os problemas ambientais e para a
importância da preservação dos recursos naturais.
Entre as
principais atrações desta edição, estão uma homenagem ao antropólogo e cineasta
Vincent Carelli, dos premiados Corumbiara e Martírio;
uma retrospectiva histórica com foco na Amazônia no imaginário cinematográfico
brasileiro, que reúne obras de Hector Babenco e Carlos Diegues, entre outros;
uma sessão especial de Eis os Delírios do Mundo Conectado, do
diretor alemão Werner Herzog; a Mostra Contemporânea Internacional; a
Competição Latino-Americana e o Concurso Curta Ecofalante.
Segundo o
diretor da mostra, Chico Guariba, o festival tem um conceito moderno. “É uma
plataforma de informação e conhecimento para, por meio do audiovisual,
debatermos os problemas contemporâneos”.
O circuito
de exibição é integrado por 30 espaços culturais da cidade, entre eles os cines
Reserva Cultural e Caixa Belas Artes, e salas do Circuito Spcine e unidades das
Fábricas de Cultura. A programação completa pode ser vista no site www.ecofalante.org.br/mostra
Este ano,
o Panorama Histórico – uma das atrações da mostra – tem o tema A Amazônia no
Imaginário Cinematográfico Brasileiro e traz obras premiadas realizadas no
período de 1974 a 1991 por diretores como Hector Babenco, Carlos Diegues,
Gustavo Dahl, Zelito Viana, Hermano Penna e André Luiz Oliveira. Os três
últimos participam de debate no dia 1º de junho (quinta-feira), às 19h20, no
Cine Caixa Belas Artes.
“O cinema
sempre refletiu a questão do homem e natureza, e esse ano, também dada a
conjuntura econômica do país, decidimos discutir a questão amazônica, que é
cheia de conflitos, no processo de exploração, de ocupação, e não é só a
Amazônia brasileira, mas a geral. Esse ano fizemos um recorte de cineastas que
filmaram a Amazônia nos anos 1970, ou seja, em plena ditadura militar, e depois
no processo de redemocratização”, explicou Guariba.
Homenagem
Vincent
Carelli, homenageado da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental 2017, é
indigenista e premiado documentarista. Além de seus longas-metragens mais
recentes, Corumbiara e Martírio, serão exibidos
outros títulos marcantes de sua carreira realizados durante o projeto Vídeo das
Aldeias, criado por ele nos anos 1980.
“O cinema
do Carelli é um dos mais importantes que refletem sobre nossa história. Ele tem
filmes premiados e foi o cara que criou o Vídeo nas Aldeias, com o sentido de
os indígenas se gravarem e mostrarem para a nossa realidade como eles pensam o
mundo, então é um projeto importantíssimo, daí a homenagem para ele”, ressaltou
o diretor da mostra.
A obra de
Carelli será o centro do debate Cinema de Resistência, agendado para o dia 13
de junho, às 20h, no Cine Reserva Cultural. O cineasta também participa do
debate.
Já a
Mostra Contemporânea Internacional traz 39 títulos (34 deles inéditos no
Brasil) organizados em sete eixos temáticos: alimentação e gastronomia;
cidades; contaminação; economia; mudanças climáticas; povos e lugares; e
trabalho. Cada um desses temas é acompanhado por debates específicos, que
ocorrem de 2 a 8 de junho, também no Cine Reserva Cultural.
Nesta
parte da programação será exibido o filme eleito como melhor documentário nos
prêmios César, o Oscar do cinema francês: Amanhã, dirigido por
Mélanie Laurent. A obra trata de uma jornada por várias partes do mundo em
busca de soluções nos campos da agricultura, energia, economia, democracia e
educação. Já O Suplício: Vozes de Chernobyl é baseado em livro
da vencedora do Prêmio Nobel de Literatura Svetlana Alexievich e trata dos
desdobramentos do maior acidente nuclear da história, ocorrido na Ucrânia, em
1986. Em A Era das Consequências, oficiais militares
norte-americanos revelam como as mudanças climáticas potencializam tensões
sociais ao redor do mundo.
Em sua
quarta edição, a Competição Latino-Americana da mostra selecionou 32 títulos,
representando sete países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México e
Uruguai. Três dos filmes terão sua première mundial no
evento: A Grande Ceia Quilombola, que retrata uma cultura na qual a
comida tem um papel fundamental na coesão social; Terminal 3, sobre
trabalho escravo nas recentes obras do Aeroporto Internacional de São
Paulo/Guarulhos, e Não Respire, uma denúncia sobre a indústria do
amianto.
“Criamos a
Competição Latino-Americana com o intuito de estimular a produção de cinema
nacional, que é muito incipiente, e ainda para ter esse intercâmbio, porque os
problemas são tão similares e a gente conhece muito pouco dessas questões nos
outros países”, ressalta Guariba.
Concurso
Curta Ecofalante
A
programação também inclui uma nova edição do Concurso Curta Ecofalante,
dedicado à produção audiovisual de estudantes universitários e de escolas
técnicas de audiovisual, que contemplará o melhor trabalho com R$ 3 mil. Também
fazem parte da mostra o Circuito Universitário e a Mostra Escola. Todos os
eventos são promovidos pela organização não-governamental (ONG) Ecofalante,
entidade responsável pela Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.
A
cerimônia de encerramento do festival, com anúncio dos premiados, ocorrerá no
dia 14 de junho, às 20h45, no Cine Caixa Belas Artes, com exibição do
longa-metragem vencedor da Competição Latino-Americana.
Por Ludmilla Souza, da Agência Brasil
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