Primeira parte do projeto prevê levantamento e cadastro de grupos musicais com potencial para o Orquestrando (Tomaz Silva/Arquivo/Agência Brasil) |
Uma iniciativa do maestro João Carlos
Martins levou o Banco do Brasil e a Fundação Banco do Brasil, em parceria com a
Fundação Educacional, Cultural e Artística Eleazar de Carvalho, a criar o
projeto Orquestrando o Brasil, para apoiar, capacitar e dar visibilidade a
orquestras, bandas e conjuntos musicais de todo país.
Lançado nesta quinta-feira (17) em
São Paulo, o projeto prevê a capacitação de novos regentes e a criação de uma
plataforma digital para distribuir conteúdos e cursos e conectar músicos e
grupos.
O Orquestrando o Brasil é uma
expansão do projeto Orquestrando São Paulo, criado em 2017, também pelo maestro
João Carlos Martins, com a finalidade de potencializar o trabalho dos grupos
musicais e capacitar regentes do interior paulista, predominantemente em cidades
com menos de 50 mil habitantes.
“Começamos em São Paulo, mas o nosso
sonho é o sonho de Villa-Lobos [Heitor Villa-Lobos, compositor brasileiro],
fechar o Brasil em forma de um coração através da música, com a frase dele que
dizia: 'Não é um público inculto que vai julgar as artes, mas sim as artes é
que vão definir a cultura de um povo'. Vamos mostrar a importância que o
maestro tem ao fazer uma transformação social através da música”, disse João
Carlos Martins.
Nesta expansão do projeto, o público será
formado por músicos, amadores e voluntários, e o investimento social será de R$
1,6 milhão. Serão priorizados os atendimentos a grupos musicais de municípios
de baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que usam a música
como ferramenta de transformação social e promoção da cultura local nas
comunidades com vulnerabilidade social.
“Esse valor investido é para
trabalhar com as pessoas que vão acompanhar o projeto, para promover o trabalho
de identificação dos grupos musicais e também dos eventos que ocorrerão ao
longo dos próximos 18 meses”, afirmou o presidente da Fundação Banco do Brasil
(Fundação BB), Asclepius Soares.
Segundo o presidente do Banco do
Brasil, Paulo Caffarelli, a ampliação do projeto tem uma importância maior do
que o valor investido. “Mais importante que o valor investido é a capilaridade
do projeto e a capacidade de mobilização, que será muito efetiva.”
Caffarelli ressaltou que o banco é
parceiro da cultura brasileira. “Investimos mais de R$ 100 milhões por ano para
manter nossos centros culturais, que propagam e fazem a inclusão cultural.
Nossa força com esse projeto, junto com a Fundação BB e o maestro João Varlos
Martins, é o que me faz garantir que é um movimento que veio para ficar”,
enfatizou.
De acordo com a Fundação BB, a
primeira parte será o levantamento e cadastro de grupos musicais com potencial
para o projeto (500 grupos de comunidades carentes no Brasil). A segunda etapa
prevê o desenvolvimento da Plataforma Digital. Entre os grupos cadastrados no
portal, serão selecionados 50, que receberão consultoria customizada.Nulheres e
jovens regentes terão prioridade nos cursos de formação.
“São públicos priorizados pelo ODS5
[Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5: Alcançar a Igualdade de Gênero e
Empoderar Todas as Mulheres e Meninas], e seguimos isso. Sempre priorizamos em
nossos projetos a equidade de gênero e focamos na inclusão social”, detalhou
Asclepius Soares.
Vitrine musical
Vitrine musical
Em levantamento feito pela Fundação
Nacional de Artes (Funarte), foram detectadas quase 3 mil bandas em todo o
Brasil. O Orquestrando o Brasil servirá de vitrine para tais grupos, por meio
de uma plataforma digital elaborada pela Fundação Educacional, Cultural e
Artística Eleazar de Carvalho com apoio da multinacional Ernest Young. A
ferramenta vai promover e disseminar conteúdos e capacitações para regentes e
músicos, além de proporcionar a constituição de redes para troca de
experiências e intercâmbio.
“Através da música, vamos chegar a
lugares aonde ninguém vai. Então, vamos unificar esses esforços, grandes
músicos vão fazer treinamentos e orientar os músicos do interior, que terão
acesso aos grandes nomes da música. O portal vai permitir ampliar e capacitar
essas bandas. E também haverá formação técnica para maestros e líderes”,
acrescentou o representante da Fundação Educacional, Cultural e Artística
Eleazar de Carvalho, José Roberto Walker.
Segundo a Fundação BB, a expectativa
é que a ferramenta contribua para transformar os participantes em agentes
mobilizadores da cultura musical em diversas localidades. Mais de 5 mil pessoas
serão atendidas, entre jovens alunos, músicos e maestros.
Asclepius Soares informou que o
projeto prevê capacitação de 600 regentes. "A Fundação Eliazar vai
identificar cidades e grupos musicais e, por meio do portal, as orquestras
serão capacitadas." Ele adiantou que, com de seis meses de projeto, haverá
uma apresentação com as orquestras e o maestro João Carlos Martins.
EBC
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