Com dois fotógrafos premiados, o
Brasil tem presença expressiva na 60ª edição da World Press Photo, exposição
que reúne os mais impactantes registros do fotojornalismo mundial do ano
anterior. A mostra está aberta ao público na Caixa Cultural do Rio de Janeiro,
única cidade brasileira a receber o evento realizado anualmente em 45 países.
A exposição World Press Photo 2017
pode ser visitada até 18 de junho, de terça-feira a domingo, das 10h às 21h,
com entrada franca. A Caixa Cultural fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no
centro do Rio.
Fotógrafo do jornal Folha de S.Paulo, o brasileiro Lalo Almeida recebeu
sua primeira premiação na World Press Photo, ao conquistar o 2º lugar na
categoria Assuntos Contemporâneos com um ensaio sobre bebês com microcefalia,
vítimas do vírus Zika no Nordeste. A matéria fez parte de um especial publicado
pelo jornal em dezembro de 2016.
O brasileiro Felipe Dana, que trabalha para a agência Associated Press,
ganhou o 3º lugar na categoria Notícias em Destaque com a imagem Batalha em
Mosul, feita durante a ofensiva militar das forças aliadas para recuperar o
controle da cidade iraquiana tomada pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
A imagem vencedora do prêmio principal do World Press Photo 2017 também
foi de um fato ocorrido no Oriente Médio. Um assassinato na Turquia, do turco
Burhan Ozbilici, registrada em dezembro passado, mostra o policial Mevlut Mert
momentos depois de ter atirado contra o embaixador da Rússia Andrei Karlov, em
uma sala de exposições de Ancara.
Na imagem, o assassino aparece com a pistola na mão e o dedo em riste.
Na ocasião, ele gritava: “Não se esqueçam de Aleppo. Não se esqueçam da Síria”.
A decisão da maioria do júri de eleger esta imagem como a Foto do Ano
causou polêmica, e o próprio presidente da comissão julgadora, Stuart Franklin,
também fotógrafo, se opôs à escolha. Segundo ele, conceder o prêmio mais
importante ao registro de um assassinato premeditado é amplificar a mensagem
desse tipo de crime.
Diretor-executivo da produtora
Capadócia, responsável há dez anos pela realização da exposição no Brasil,
Rafael Ferraz disse que as fotos selecionadas para a mostra transmitem o real
conhecimento do que está acontecendo no mundo. “Não teríamos dimensão da crise
dos refugiados se não fossem essas fotografias. Por isso, espero que exposição
ajude das pessoas a se sensibilizarem e refletirem sobre os assuntos que estão
afligindo o nosso planeta”, destacou.
São ao todo 154 imagens sobre temas
variados, que vão das guerras, da política e da economia aos esportes, à
cultura e ao meio-ambiente. Além de seus profissionais premiados, o Brasil
também marca presença em dois registros feitos no país por fotógrafos
estrangeiros.
O alemão Kai Oliver Pfaffenbach recebeu o 3º lugar na categoria Esporte
por um registro feito nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a imagem congelada do
sorriso vitorioso do atleta jamaicano Usain Bolt na semifinal dos 100 metros
rasos. Também alemão, Peter Bauza foi premiado com o 3º lugar na categoria
Assuntos Contemporâneos com uma série de fotos sobre a triste realidade dos
moradores de um conjunto habitacional abandonado no bairro de Campo Grande, na
zona norte do Rio.
Mais de 5 mil fotógrafos de 126 nacionalidades diferentes inscreveram um
total de 80.408 imagens no concurso, o mais importante do fotojornalismo
mundial. Os 45 fotógrafos premiados representam 25 países de todos os
continentes.
Por Paulo Virgilio, da Agência
Brasil
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Um teatro de envergadura
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