O livro
Luiz Carlos Prestes e Virgulino Lampião
se enfrentaram em combate no sertão, no interior do Nordeste? É o que afirmam
muitos pesquisadores.
A batalha teria acontecido entre as
cidades de São Miguel e Alto de Areias, no Ceará.
Se ainda hoje o sertão brasileiro é um
poço de miséria e iniquidades, nos anos de 1926 a realidade era ainda mais
sombria.
Dominado pelos coronéis da política,
pelos aristocratas e latifundiários, no Brasil - de forma geral, e no Nordeste,
em particular - vicejavam a injustiça mais cruel, o analfabetismo embrutecedor,
o clientelismo político, a falta de oportunidades, a indigência e a miséria.
No agreste acorriam jagunços,
pistoleiros e bandos de cangaceiros que - ora por conta própria, ora
contratados pelos poderosos locais - irradiavam o terror, roubando, saqueando,
extorquindo, sequestrando, assassinando impunemente.
É neste contexto que surge Lampião e
seu bando, o mais famoso dentre todos porque o mais brutal, o mais longevo, o
que adentrou o imaginário popular como um híbrido de vilão e herói.
Lampião e seu bando torturaram,
mutilaram, sequestraram, saquearam, assassinaram... Tinham como hábito marcar
com ferro quente os rostos das mulheres que usavam saia ou cabelos curtos.
Consta que, em 1923, na Paraíba, o senhor do sertão e 25 de seus cangaceiros
estupraram coletivamente a mulher do delegado de Bonito de Santa Fé.
Em 1926, temeroso da revolução propalada
pelo movimento tenentista, o governo alicia lampião, entrega a ele a
carta-patente de Capitão, e ao seu bando fardamento, armas e munição do
exército nacional. Missão atribuída? Combater a Coluna Miguel Costa-Prestes.
E Virgulino Lampião, de criminoso,
cangaceiro e bandoleiro, é tornado uma autoridade pública, um homem da lei.
Luiz Carlos Prestes representa um
movimento que se originou em 1922 com a Revolta do Forte de Copacabana e que se
denominou Tenentismo. O movimento político-militar compunha-se de oficiais de
baixa e média patente do Exército do Brasil: combatiam a velha República e suas
oligarquias; exigiam reformas políticas e sociais – sobretudo as eleitoral e do
ensino – e intentavam a derrubada do governo do presidente Artur Bernardes.
Fracassando em 1922, o movimento volta
à carga em 1924: 6 mil militares tomam São Paulo e são derrotados pelo governo
federal. Essas tropas iniciam fuga em direção ao sul onde encontram as guarnições
de Prestes e dão origem à marcha histórica, a epopeia da Coluna Miguel Costa-Prestes.
Quando partiu do Sul em direção ao
Nordeste, a Coluna Prestes constituía-se de um batalhão com 1700 homens armados
com artilharia pesada, fuzis, metralhadoras, canhões e bombas de alto impacto.
O cólera, as perdas em combate, o cansaço devido aos poucos cavalos, as
deserções... No confronto com Lampião, a Coluna mal chegava aos 600 soldados.
E Luiz Carlos Prestes, uma autoridade
militar, um tenente-coronel do Exército brasileiro, é tornado um renegado, um
desertor, um fora da lei.
É este contexto histórico que sustenta
a peça teatral “Lampião e Prestes em
busca do reino divino: o dia em que o bandido promovido a homem da lei guerreou
contra o coronel tornado um fora da lei”.
Como se deu este combate? Como foi o
encontro entre Lampião e Prestes? De que trataram? Os cangaceiros tinham ideário
político? Conseguiram, Lampião e Prestes, chegar a algum entendimento?
Encontraram pontos convergentes em suas plataformas políticas e de ação?
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Livro 7. Estrela vermelha: à sombra de
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Livro 8. Tiradentes, o mazombo
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Livro 10: Respiração, dicção e voz para
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Livro 11: Lampião e Prestes em busca do
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