O que é teatro?
Teatro é a manifestação artística em que se registra a presença de um ator e de um espectador. No teatro ocorre o desenvolvimento de uma estória em que um determinado conflito é explorado, dando contornos à trama.
O que é teatro de bonecos?
O nome já é bastante explicativo, esclarecendo sua definição.
Teatro de bonecos é o tipo de manifestação teatral em que ocorre a presença de bonecos; bonecos de variadas espécies e formatos, manipulados por atores que se exercitam para praticar esta atividade. Uma outra palavra utilizada para designar boneco é o vocábulo títere.
O que é o teatro de bonecos Mané Beiçudo?
É uma modalidade de teatro de bonecos que agregou as características do espetáculo onírico, da improvisação e do humor cáustico - heranças da commedia dell’arte de origem italiana - e que mergulha no universo das comunidades, resgatando seus valores e tradições culturais, mobilizando suas populações para que consigam identificar seus problemas estruturais, de modo que, compreendendo-os, possam solucioná-los de uma forma solidária e participativa.
O TBMB possibilita que a arte se incorpore ao cotidiano das pessoas; e os problemas concretos, os vivenciados no dia a dia sejam processados através de um tipo de reflexão “crítico-lúdica” que só o teatro consegue disponibilizar.
A reflexão crítica é um componente inerente a qualquer processo sustentável de transformação social. Sua estruturação científica muitas vezes a reveste de um formalismo hermético de difícil apropriação por parte das camadas populares. Esta é a razão da criação desta nova categoria, a reflexão “crítico-lúdica”, modalidade de retorno do pensamento sobre si mesmo, com vista a examinar mais profundamente o problema, abordando-o sempre sob o viés da cultura e das manifestações artísticas locais. No que se constitui em estratégia para que a comunidade exerça a reflexão e o raciocínio lógico sem abrir mão do prazer, alquebrando a sisudez dos procedimentos acadêmicos.
Por suas características intrínsecas, o Teatro de Bonecos Mané Beiçudo pode mesmo – no limite - se apresentar sem os bonecos porque a substância é a participação popular através do teatro, e pode ser que a comunidade estabeleça a opção de empregar a tecnologia prescindindo dos títeres, enfatizando a performance corporal dos atores ou, quem sabe, destacando a linguagem circense ou outras facetas do universo cênico.
Mas, em sua manifestação mais completa, para que o TBMB se apresente em seu inteiro teor, com toda a dimensão e expressividade que dele emana, há que se efetuar uma completa interação entre o teatro de atores expostos e o teatro de bonecos, entre os Espetáculos Satélites e o Espetáculo Mestre, entre os bonecos gigantes e os diminutos bonecos de luva, entre o teatro de rua e o teatro conformado na empanada, entre o resgate das manifestações artístico-culturais locais e a identificação e o processamento dos problemas objetivos da comunidade.
Desde a idade média, diversos estudiosos e encenadores têm realizado experiências e elaborado princípios que procuram conduzir a um teatro mais abrangente, que enseje maior aproximação entre os atores e a platéia. Alguns sugeriram mesmo a supressão da platéia partindo do pressuposto de que todos seriam transformados em atores. Outros com Meyerhold buscaram elementos na rua e no circo para aprofundar a interação. O fato é que um teatro que resgate as origens dionisíacas, as grandes festas carnavalescas em que o povo exercia intensa participação - ao invés de simplesmente assistir - é um objetivo que vem de muito. Um objetivo também perseguido pelo Teatro de bonecos Mané Beiçudo.
Antônio Carlos dos Santos - criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e da tecnologia de produção do Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo.
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