Etimologicamente a palavra “teatro” provém do grego theatron e significa “lugar onde se vai para ver”.
Numa interpretação acadêmica é a edificação onde se representam obras dramáticas. Avançando na definição poderíamos adotar uma leitura mais abrangente: teatro é todo o processo que engloba a arte de representar. Naquela, o teatro é apenas a edificação, o espaço físico. Nesta, além da edificação, engloba também todas as etapas de elaboração (formação do Grupo ou elenco, definição do texto, concepção e montagem, e apresentação).
A partir desta premissa são muitos os adjetivos que acrescidos à palavra teatro definem seus diferentes sentidos.
Bertolt Brecht - dramaturgo alemão de imensurável contribuição para o teatro contemporâneo, prevendo os perigos das definições que redundassem no academicismo hermético, em discussões estéreis, foi bastante enfático ao afirmar que, se necessário, melhor seria chamar teatro de taetro, a perder tempo com proselitismo que desemboca em lugar algum.
Das diferentes formas de manifestação do teatro, em todas verificamos a presença de dois elementos imprescindíveis: o ator e o espectador.
A ausência de um desses elementos inviabiliza a atividade teatral, impedindo que o ciclo de produção se complete. Há quem argumente que o teatro de bonecos e de sombras coloca por terra a assertiva. Infantilidade. O fato de permanecer invisível para a platéia não torna o ator inexistente. Fosse assim, o que seria do ator de rádio?
O que de fato importa é a existência consciente dos dois elementos – ator e espectador - condição necessária para a existência do jogo teatral.
Alguns outros tergiversam, se valendo de experiências que procuram transformar o espectador em ator involuntário.
Um exemplo é o Teatro Invisível de Augusto Boal. Neste caso, convém destacar que a assistência participa de forma inconsciente. Enfatizando: mesmo este teatro não descarta a figura do espectador. Muitos são os que, no Teatro Invisível, se recusam a “participar” como “ator”. Aqui, tudo é muito relativo, tanto que no meio do caminho, as referências chegam a se diluir.
O importante é não perder o marco: o ator é parte de um processo de construção consciente. Também assim deve ser visto o espectador. Ambos devem se envolver no jogo dramático de maneira consciente.
Na tecnologia Mané Beiçudo atores e espectadores compõem um todo, um maciço monolítico, fundamental para que o processo de criatividade e de intervenção na realidade sejam coroados de êxito.
Antônio Carlos dos Santos, criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e da tecnologia de produção de teatro popular de bonecos Mané Beiçudo.
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