Uma
ampulheta pertencente a um membro da SS, uma águia montada sobre uma base
marcada por uma suástica e jogos de doutrinação de crianças são alguns dos
objetos nazistas encontrados no esconderijo secreto de um colecionador que
agora serão exibidos no Museu do Holocausto argentino.
'Estes elementos poderão nos mostrar parte dessa história terrível que foi o genocídio nazista', disse Marcelo Mindlin, presidente do museu localizado em Buenos Aires, à Reuters.
'A grande surpresa destes objetos foi que não podiam ter pertencido a ninguém que não fosse um hierarca nazista', acrescentou, referindo-se à originalidade das peças, que foram examinadas por peritos argentinos e alemães que garantiram que elas pertenceram ao regime nazista.
Em 2017, a casa de Carlos Olivares, um colecionador e vendedor de antiguidades reconhecido de um subúrbio afluente de Buenos Aires, foi alvo de uma busca por suposto tráfico de objetos ilegais provenientes da China
Mas os policiais ficaram surpresos ao encontrar um cômodo secreto com mais de 80 relíquias nazistas, disse Néstor Roncaglia, chefe da Polícia Federal Argentina, à Reuters.
Dois anos depois de a justiça argentina apreender os objetos, Olivares está sendo julgado por tê-los guardado com fins comerciais.
Na coleção também foram encontrados instrumentos de medição cranial; una foto original de uma aeronave feita pelo fotógrafo oficial de Hitler, Heinrich Hoffmann; um jogo de lupas com um negativo original de Adolf Hitler observando um mapa e uma tábua ouija para invocar os mortos.
Segundo Serafina Perri, curadora do museu, a tábua foi feita em Amsterdã e contava com inscrições de símbolos nazistas, uma indicação do esoterismo e do ocultismo presentes no nazismo.
'Isto significa o poder dos nazistas e o sentimento forte que tinham pelo nazismo para poder investir e gastar nestes objetos', explicou Eva Fon De Rosenthal, uma sobrevivente húngara de 94 anos do Holocausto, à Reuters.
'Havia milhares e milhares de nazistas aqui, que ajudaram muito a Alemanha', disse ela em referência ao colaboracionismo nazista existente na Argentina após a Segunda Guerra Mundial, uma afirmação com a qual o presidente do museu concordou.
'Estes elementos mostram novamente que a Argentina não somente recebeu sobreviventes do Holocausto, mas também, infelizmente, hierarcas nazistas', afirmou Mindlin.
Da Reuters