É impossível precisar quando ocorreram as primeiras manifestações de teatro de bonecos entre nós. Como - quando do descobrimento do Brasil - a Europa já experimentava o teatro de bonecos, supõe-se que tenha sido trazido pelo colonizador português.
No ano de 1932 o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro publicou o trabalho “O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis”, de Luiz Edmundo. Nesta obra o autor assinala o século XVIII como uma época de nossa história em que o Teatro de Bonecos atuava como elemento de substituição para a deficiência de palcos e casas de espetáculos no Brasil, caracterizando-se, em suas palavras, como “uma ingênua diversão do povo”.
Atualmente, as informações disponíveis remontam – em sua maioria – aos idos do século XIX, fato que por si só demonstra o quanto de informações o tempo consumiu. Um rico passado de manifestações culturais populares que talvez tenham se diluído e que jamais teremos condições de acessar.
Como que montando um quebra cabeças, pinçando fatos aqui e acolá, lidando com reminiscências esparsas, colhendo fragmentos dispersos, vamos alinhavando o panorama do movimento dos titeriteiros no país.
Manuel Quirino dá notícia do Mané-gostoso, terminologia como ficou conhecido o fantoche popular no Estado da Bahia.
Olga Obry em seu livro “Teatro na Escola” refere-se a um velho exemplar do Estado de Minas, publicado em Ouro Preto no ano de 1896. Ali se encontra uma crônica - assinada sob o pseudônimo de Gil Cássio (Afonso Arinos) – enfocando um titeriteiro mineiro, José Ferreira, que fala do teatro de bonecos, do teatro João-minhoca.
O João-minhoca e o Mané-gostoso são variações do teatro popular de bonecos europeu. Esse gênero teatral baseado na improvisação e no humor cáustico recebe no Estado da Bahia a denominação de Mané-gostoso. Em Minas, São Paulo, Rio e Espírito Santo é denominado João-minhoca ou Briguela. No Rio Grande do Norte ficou conhecido como João-redondo; no Piauí e algumas regiões do Ceará, Cassimiro-coco; em algumas zonas da Paraíba e Pernambuco, Babau. E o mais conhecido de todos, o Mamulengo pernambucano.
Existem diversas teorias procurando identificar e justificar o modo como o teatro de bonecos irrompeu em Pindorama. A com maior aceitação defende sua inserção no Brasil e no continente no formato de presépio que, na Europa da idade média, havia sido o espetáculo de marionetes de que a igreja se valera para a difusão do cristianismo.
Presépio
“um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo”
Presépio está vinculado às representações natalinas, ao nascimento do Menino Jesus num estábulo. As celebrações relativas ao nascimento do menino Jesus remontam ao século III. Todavia a tradição do presépio, na forma como a conhecemos nos dias de hoje, só veio aparecer no século XVI.
Em 1223, São Francisco passou a estimular a criação de figuras em barro, personagens para o cenário do nascimento de Jesus. A tradição ganhou o mundo e no século XVIII já era bastante popular em Nápoles e na Península Ibérica.
Reza a lenda dos presépios que, no ano de 1223, São Francisco de Assis promoveu a representação, ao vivo, do nascimento do Divino Redentor, como parte dos festejos natalinos.
O historiador, folclorista e escritor Pereira da Costa, na obra “Folclore pernambucano”, de 1909, assegura que o presépio teria sido introduzido em Pernambuco provavelmente no século XVI, com representação no convento dos franciscanos, em Olinda, por Frei Gaspar de Santo Antônio.
Presumidamente, a partir da estrutura dos presépios, o teatro de bonecos foi evoluindo, se desenvolvendo, ora agregando e incorporando, ora descartando e se livrando de componentes da cultura popular, de modo que rompe os dias de hoje num formato pujante, de plena energia e vigor.
O teatro de Bonecos Mané Beiçudo carrega esta herança histórica, mas apresenta um diferencial que o torna único e exclusivo. Agrega à engenharia da construção do teatro popular os elementos do planejamento. É esta ferramenta - o planejamento – que possibilita que o Mané Beiçudo seja apropriado por todos como instrumento de entretenimento, diversão, mas também como instrumento para as transformações que a comunidade requer.
No ano de 1932 o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro publicou o trabalho “O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis”, de Luiz Edmundo. Nesta obra o autor assinala o século XVIII como uma época de nossa história em que o Teatro de Bonecos atuava como elemento de substituição para a deficiência de palcos e casas de espetáculos no Brasil, caracterizando-se, em suas palavras, como “uma ingênua diversão do povo”.
Atualmente, as informações disponíveis remontam – em sua maioria – aos idos do século XIX, fato que por si só demonstra o quanto de informações o tempo consumiu. Um rico passado de manifestações culturais populares que talvez tenham se diluído e que jamais teremos condições de acessar.
Como que montando um quebra cabeças, pinçando fatos aqui e acolá, lidando com reminiscências esparsas, colhendo fragmentos dispersos, vamos alinhavando o panorama do movimento dos titeriteiros no país.
Manuel Quirino dá notícia do Mané-gostoso, terminologia como ficou conhecido o fantoche popular no Estado da Bahia.
Olga Obry em seu livro “Teatro na Escola” refere-se a um velho exemplar do Estado de Minas, publicado em Ouro Preto no ano de 1896. Ali se encontra uma crônica - assinada sob o pseudônimo de Gil Cássio (Afonso Arinos) – enfocando um titeriteiro mineiro, José Ferreira, que fala do teatro de bonecos, do teatro João-minhoca.
O João-minhoca e o Mané-gostoso são variações do teatro popular de bonecos europeu. Esse gênero teatral baseado na improvisação e no humor cáustico recebe no Estado da Bahia a denominação de Mané-gostoso. Em Minas, São Paulo, Rio e Espírito Santo é denominado João-minhoca ou Briguela. No Rio Grande do Norte ficou conhecido como João-redondo; no Piauí e algumas regiões do Ceará, Cassimiro-coco; em algumas zonas da Paraíba e Pernambuco, Babau. E o mais conhecido de todos, o Mamulengo pernambucano.
Existem diversas teorias procurando identificar e justificar o modo como o teatro de bonecos irrompeu em Pindorama. A com maior aceitação defende sua inserção no Brasil e no continente no formato de presépio que, na Europa da idade média, havia sido o espetáculo de marionetes de que a igreja se valera para a difusão do cristianismo.
Presépio
“um lugar onde se recolhe o gado; curral, estábulo”
Presépio está vinculado às representações natalinas, ao nascimento do Menino Jesus num estábulo. As celebrações relativas ao nascimento do menino Jesus remontam ao século III. Todavia a tradição do presépio, na forma como a conhecemos nos dias de hoje, só veio aparecer no século XVI.
Em 1223, São Francisco passou a estimular a criação de figuras em barro, personagens para o cenário do nascimento de Jesus. A tradição ganhou o mundo e no século XVIII já era bastante popular em Nápoles e na Península Ibérica.
Reza a lenda dos presépios que, no ano de 1223, São Francisco de Assis promoveu a representação, ao vivo, do nascimento do Divino Redentor, como parte dos festejos natalinos.
O historiador, folclorista e escritor Pereira da Costa, na obra “Folclore pernambucano”, de 1909, assegura que o presépio teria sido introduzido em Pernambuco provavelmente no século XVI, com representação no convento dos franciscanos, em Olinda, por Frei Gaspar de Santo Antônio.
Presumidamente, a partir da estrutura dos presépios, o teatro de bonecos foi evoluindo, se desenvolvendo, ora agregando e incorporando, ora descartando e se livrando de componentes da cultura popular, de modo que rompe os dias de hoje num formato pujante, de plena energia e vigor.
O teatro de Bonecos Mané Beiçudo carrega esta herança histórica, mas apresenta um diferencial que o torna único e exclusivo. Agrega à engenharia da construção do teatro popular os elementos do planejamento. É esta ferramenta - o planejamento – que possibilita que o Mané Beiçudo seja apropriado por todos como instrumento de entretenimento, diversão, mas também como instrumento para as transformações que a comunidade requer.
Antônio Carlos dos Santos - criador de metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e da tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo. acs@ueg.br