O bullying - anglicismo relacionado à intimidação e
violência física ou psicológica – é como um ente absoluto, está presente em
todas as áreas de convivência social, particularmente nas escolas.
É cada vez maior o número de pessoas vítimas dessa
chaga social, uma tragédia que se alastra mundo afora, independentemente de
nacionalidade, cultura, condição econômica e social...
No Brasil, uma lei de 2016 – lei federal nº 13.185,
instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, considerando bullying
“todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que
ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou
mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e
angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes
envolvidas”.
Dentre outras inúmeras formas de agressão, a lei classifica,
também, como bullying, ultrajes e ameaças, apelidos pejorativos, ataques
físicos e psicológicos.
O fato de ocorrer como uma manifestação que muitos relevam
como ‘brincadeira’, talvez explique a intensidade com que se propaga nas
escolas do Brasil e do mundo.
Desavenças, refregas, brigas e discussões entre
colegas sempre existiram e sempre existirão.
O bullying é um evento que navega em
outros mares, integra outra categoria, possui características específicas, todas
elas de natureza grave, repulsiva e lancinante. E a diferença entre esses dois
universos reside especialmente no fato do bullying se estruturar na recorrência,
na prática reiterada, na repetição exaustiva, contínua, ininterrupta.
A timidez ou o temperamento mais retraído; qualquer
tipo de diferenciação como a cor do cabelo, o peso, a altura, a condição
econômica ou social; e, sobretudo, relações de poder desniveladas integram as
características que imantam os agressores. Estes, por sua vez, geralmente estão
no topo da pirâmide da popularidade, são os mais influentes, os que de fato
exercem o comando, líderes da turma, os que encontram na omissão e no silêncio dos
colegas a covarde cumplicidade que acobertará os seus atos, os mantendo na
condição de ‘inimputáveis’.
Esta atroz
realidade tem varrido o planeta, assolado o mundo inteiro, servido como estopim
para tormentos como as automutilações, fatalidades como os suicídios, e
terríveis tragédias como a ocorrida na cidade de Suzano, quando dois ex-alunos
atacaram a Escola Estadual Rui Brasil e mataram sete pessoas, cinco alunos e
duas funcionárias do colégio.
É nesta realidade que a peça teatral “Bullying, as
lágrimas de Deus” mergulha fundo, verticalizando uma discussão que deve
perpassar toda a sociedade - e não apenas os diretamente envolvidos - alunos,
pais e educadores.
Rodoux Faugh ensina que “a educação é a forma mais
rápida e eficaz de conduzir a humanidade da barbárie à civilização”. É preciso refletir,
então, sobre a qualidade da educação que estamos oferecendo às nossas crianças,
à juventude; urge considerar se estamos presenteando-os com as ferramentas que possibilitarão
construir o futuro ou se, ao contrário, estamos tratando de condená-los aos
grilhões do passado.
É para esta reflexão que este livro conduz o
leitor. Desafio mais que oportuno num mundo em que as mudanças ocorrem de forma
tão célere; princípios, valores, e paradigmas se evaporam ao tique-taque do relógio;
o supérfluo exala pose e ares de substância; e o ter – pobres de nós, mortais -
adquire absoluta supremacia sobre o ser.
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