Fundada em
20 de julho de 1897 por um grupo de escritores, tendo à frente o mais
importante deles na época, Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras
(ABL) comemorou 120 anos, com uma solenidade no salão nobre do Petit
Trianon, sede histórica da instituição, no centro do Rio. A secretária-geral da
ABL, Nélida Piñon, oradora oficial do evento, destacou a história da Casa,
fazendo referência aos objetos que contam sua trajetória desde 1897.
“Os
objetos espalham-se pelas bibliotecas e pelas salas. Ao vê-los, inertes na
aparência, compunjo-me, procuro saber que arrebato se escondeu em cada um
deles. Entre eles, observo o pince-nez com o qual Machado
escrevia. Este pince-nez arfa na Academia Brasileira de
Letras. Felizmente, alguém o retirou do seu rosto salvando-o de seguir com
Machado de Assis para a eternidade”, disse a escritora.
Antes de
Nélida, cumprindo a tradição da ABL nas comemorações de seus aniversários, o atual
presidente, Domício Proença Filho, leu o discurso pronunciado por Machado de
Assis na sessão inaugural da Casa.
Na mesma
solenidade, a ABL fêz a entrega do Prêmio Machado de Assis 2017 ao historiador
baiano João José Reis, considerado uma referência mundial para o estudo da
história e da escravidão no século 19 no Brasil.
Reis, de 65 anos, tem diversos livros publicados, entre eles Liberdade por um Fio: História dos Quilombos no Brasil; Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês e A Morte é uma Festa, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura.
Reis, de 65 anos, tem diversos livros publicados, entre eles Liberdade por um Fio: História dos Quilombos no Brasil; Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês e A Morte é uma Festa, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Literatura.
A
comemoração dos 120 anos da ABL foi encerrada com uma apresentação do Quarteto
de Cordas Rio de Janeiro, formado pelos músicos Ricardo Amado, violino; Andrea
Moniz, violino; Dhyan Toffolo, viola; e Ricardo Santoro, violoncelo, seguida de
um coquetel.
Atualmente
com uma de suas 40 cadeiras vaga, a Academia já tem data marada para a próxima
eleição: 10 de agosto. O favorito para a Cadeira 27, vaga desde a morte do
professor, crítico literário e ex-ministro Eduardo Portella, em 2 de maio deste
ano, é o poeta Antonio Cícero. No dia seguinte (11) tomará posse o historiador
Arno Wehling, que em março venceu Cicero por 18 votos a 15 na disputa pela
Cadeira 37, vaga com o falecimento do poeta Ferreira Gullar, em dezembro do ano
passado.
Por Paulo
Virgilio, da Agência Brasil
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