Black Hole Horizont, obra do alemão Thom Kubli em exposição no File, forma grandes bolhas de sabão a partir do som emitido por três buzinasKris Qua / Divulgação File |
A 18ª edição do Festival Internacional de Linguagem
Eletrônica (File), um dos maiores encontros do país sobre arte e tecnologia,
começou ontem (17) fica em cartaz até 3 de setembro no Centro Cultural da
Federação das Indústrias do estado de São Paulo, na capital paulista, com mais
de 350 obras, incluindo instalações interativas, obras de realidade virtual,
animações, games e mostra de videoarte, além de
oficinas gratuitas.
“Este é um festival que acontece há 18 anos e a gente vem,
ao longo desse tempo, tentando estimular, promover e divulgar as produções
estéticas que são feitas para essa área [arte digital]. O File é uma plataforma
cultural que estimula o desenvolvimento desses projetos e anualmente tem a
oportunidade de exibir e compartilhar com o público”, disse a curadora Paula
Perissinotto durante abertura do evento na noite de ontem (17). Ela criou o
festival junto com Ricardo Barreto.
Black Hole Horizont, do alemão Thom Kubli, é uma obra que chama a atenção dos
visitantes, com a formação de grandes bolhas de sabão a partir do som emitido
por três buzinas. Formada por aparelhos parecidos com buzina de navio, a
obra é uma máquina que transforma o som em objetos tridimensionais – as bolhas
que se espalham pelo espaço da exposição.
A escultura interativa Perfect
View, do canadense Daniel Jolliffe, representa o desejo das pessoas
de mostrar sempre seu melhor lado. O público vai encontrar um vaso – de um lado
em perfeito estado e de outro todo danificado – que gira quando alguém se
aproxima, ajustando sua posição para que o visitante visualize sempre o lado
perfeito do objeto, escondendo as imperfeições.
Durante o evento, oficinas com educadores da ciência da
computação e artistas buscarão uma imersão experimental na essência da
linguagem binária. O objetivo é a transferência de conhecimento e a pesquisa
sobre o uso da computação para fins artísticos, difundindo a tecnologia como
linguagem criativa e como processo de desenvolvimento artístico.
“A ideia das oficinas é oferecer para o público
gratuitamente o acesso a um certo conhecimento que muitas vezes tem que se
pagar muito caro para ter. Durante essa primeira semana do festival, a gente
abre essas oficinas em que as pessoas podem ter contato com profissionais que
já desenvolvem trabalhos nessa área e adquirir algum conhecimento”, destacou
Paula.
O público poderá participar também de conversas com
artistas que têm obras expostas no festival, sobre os conceitos e os processos
utilizados por eles. Nesta edição, os bate-papos serão com Amy Karle e Faiyaz
Jafri. A estadunidense Amy Karle é a criadora da Coleção Interna, conjunto de
peças de roupa desenvolvidas por meio de recursos tecnológicos e inspiradas na
anatomia humana. Co-fundadora da Conceptual Art Technologies, ela foi
considerada uma das “mulheres mais influentes em impressão 3D”, segundo a
organização do festival.
O festival acontece em vários espaços do Centro Cultural
Fiesp, localizado na avenida Paulista, 1313, até 3 de setembro. Mais
informações sobre o evento estão nos sites do File e da Fiesp.
Por Camila
Boehm, da Agência Brasil