Uma das
atrações da 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que está aberta
ao público do local até domingo (30), poderá ser conhecida posteriormente pela
população de outros estados. Depois da Flip, a exposição interativa Energia da
Língua Portuguesa, montada em um caminhão, percorrerá todas as regiões do
Brasil nos próximos dois anos. A mostra é uma ação em apoio à recuperação do
Museu da Língua Portuguesa, com sede em São Paulo, que teve seu acervo
destruído após um incêndio em 2015. O local só será reaberto ao público
em 2019.
“Achamos
que uma vez que a abertura do museu está programada somente para 2019, até lá
tínhamos que ter uma forma de envolver as pessoas nesse processo de restauração
e difundir um pouco mais a grande riqueza que o idioma português tem, a
diversidade do idioma nos vários países, os vários sotaques no Brasil. Tem uma
série de informações curiosas sobre a língua e é isso que nós estamos levando
nessa exposição itinerante”, explicou Miguel Setas, presidente da EDP Brasil,
empresa portuguesa de energia que montou a exposição.
Depois de Paraty, a exposição interativa segue para o Rio
de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. A mostra tem 300 metros quadrados e
utiliza a estrutura móvel de um caminhão. Por meio de diferentes atividades
interativas, ela permite que os visitantes conheçam mais sobre os países que
falam a língua portuguesa, as peculiaridades e diferenças do português falado
no Brasil e em Portugal e curiosidades sobre expressões comuns deste idioma,
que é considerado o quinto mais falado do mundo.
Na área interna, por exemplo, o
público pode manuesar um periscópio em que as pessoas rodam em 360 graus e
conseguem olhar para dez países onde se fala português hoje em dia. "É uma
viagem, um mergulho no português que se fala no mundo inteiro”, disse Setas. No
chão, está marcado o nome de cada país e, na parede, podem ser apreciadas fotos
e expressões curiosas de cada um deles.
Em outra instalação, o visitante pode
dublar trechos de poemas com o sotaque que escolher e compartilhar em suas
redes sociais. E um jogo dentro da exposição desafia o visitante a soletrar
palavras selecionadas aleatoriamente por uma máquina. Quem acertar, ganha um
livro. Chama a atenção também a atividade que exibe e explica o significado de
expressões utilizadas no dia-a-dia nos países lusófonos, como "Inês é
morta", "tem boi na linha", "bicho de sete cabeças",
"as paredes têm ouvidos", "a cobra vai fumar", entre
outras.
Quando sai do caminhão, o visitante é
convidado a recitar um poema e, posteriormente, essas gravações constituirão um
vídeo com a participação do público. Na área externa da exposição, são
desenvolvidas outras atividades que incluem produção de pôsteres com a citação
literária favorita do visitante, ambiente para leitura e o chamado light
painting. Por meio da técnica, os visitantes escrevem palavras no
ar com auxílio de uma luz, que são captadas em fotografias.
Nos próximos meses a exposição
seguirá para o Rio de Janeiro (4 a 6 de agosto), Cachoeiro de Itapemirim (11 a
13 de agosto), Vitória (18 a 20 de agosto), Linhares (25 a 27 de agosto), São
José dos Campos (2 de setembro), Guararema (9 de setembro) e Guarulhos (16 de
setembro).
Alana Gandra, da Agência Brasil