Agressões ao acervo levantam discussão sobre a
necessidade ou não da remoção das estátuas, reconhecidas como patrimônio
cultural da humanidade
As
agressões ao acervo do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na
Região Central, reconhecido como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco,
servem para ampliar as discussões sobre a necessidade ou não de remoção das
estátuas dos profetas esculpidas por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. A
cidade está cercada de mineradoras e a poeira do minério causa uma série de
danos às obras de arte. “A situação é diferente de décadas atrás”, assinala o
diretor do Museu de Congonhas, Sérgio Rodrigo Reis.
O
escaneamento digital feito em 2011 e 2012 permitiu o registro completo das
esculturas, a exemplo das perdas na pedra-sabão e marcas deixadas por vândalos,
como rabiscos feitos com pregos, chaves etc.. “Mesmo com vigilância 24 horas,
houve novas inscrições nas esculturas”, lamenta o diretor.
Ele
diz que o museu é também espaço de pesquisas sobre monumentos pétreos. Num
seminário internacional realizado recentemente, os especialistas revelaram que
o biocida usado na década de 1990 para limpar as esculturas e evitar lesões e
ataque principalmente de líquens tem contraindicações, por ser corrosivo. Com
preocupação, o diretor diz que os líquens voltaram à superfície das peças.
Contemplando o adro pela primeira vez, em especial o profeta Daniel, o engenheiro paulista Oswaldo Pastore observou as marcas na pedra. E se surpreendeu com o estado de conservação. “A deterioração é grande, tem marcas de riscado. São obras de arte, precisam de cuidado permanente.” Fotografando tudo e fazendo selfies, os amigos Márdio dos Santos, médico, e Rafael Soares Peçanha, de Feira de Santana (BA), servidor público, consideraram o conjunto “impressionante”. Para Márdio, a beleza enriquece o patrimônio barroco do país. “É mais bonito do que se imagina”, acrescentou Rafael.
SEGURANÇA
No segundo andar do Museu de Congonhas fica a Galeria das Réplicas, com Joel e Jonas a postos; as sombras plotadas na parede vermelha aguardam Amós, Abdias, Daniel, Baruc, Isaías, Oseias, Ezequiel, Jeremias, Naum e Habacuc. O cenário é a deixa para Sérgio esclarecer que, desde a década de 1940, foram feitas réplicas dos profetas, e as pioneiras, que estavam na Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), se encontram hoje no Museu de Congonhas, em sistema de comodato com a instituição. As condições do material, no entanto, são de degradação.
Para quem estranha ver os originais bicentenários ao ar livre e as réplicas em museu, Sérgio esclarece que as segundas guardam informações e conhecimento, sendo, na verdade, peças de segurança. No caso de algum dano às esculturas saídas do gênio de Aleijadinho – há recibos assinados por ele no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana –, os restauradores podem recorrer tanto ao material digital, que guarda minúcias das 12 esculturas, quanto às feitas “à imagem e semelhança” dos originais.
Quem visitar o Museu de Congonhas, que completará dois anos no dia 15 e fica perto do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, poderá ver, a partir de quinta-feira, uma exposição com vídeos, desenhos e fotografias que contam a história das réplicas dos profetas. O local funciona de terça a domingo, das 9h às 17h (com entrada a R$ 10), na quarta-feira, das 13h às 21h (entrada franca).
Contemplando o adro pela primeira vez, em especial o profeta Daniel, o engenheiro paulista Oswaldo Pastore observou as marcas na pedra. E se surpreendeu com o estado de conservação. “A deterioração é grande, tem marcas de riscado. São obras de arte, precisam de cuidado permanente.” Fotografando tudo e fazendo selfies, os amigos Márdio dos Santos, médico, e Rafael Soares Peçanha, de Feira de Santana (BA), servidor público, consideraram o conjunto “impressionante”. Para Márdio, a beleza enriquece o patrimônio barroco do país. “É mais bonito do que se imagina”, acrescentou Rafael.
SEGURANÇA
No segundo andar do Museu de Congonhas fica a Galeria das Réplicas, com Joel e Jonas a postos; as sombras plotadas na parede vermelha aguardam Amós, Abdias, Daniel, Baruc, Isaías, Oseias, Ezequiel, Jeremias, Naum e Habacuc. O cenário é a deixa para Sérgio esclarecer que, desde a década de 1940, foram feitas réplicas dos profetas, e as pioneiras, que estavam na Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), se encontram hoje no Museu de Congonhas, em sistema de comodato com a instituição. As condições do material, no entanto, são de degradação.
Para quem estranha ver os originais bicentenários ao ar livre e as réplicas em museu, Sérgio esclarece que as segundas guardam informações e conhecimento, sendo, na verdade, peças de segurança. No caso de algum dano às esculturas saídas do gênio de Aleijadinho – há recibos assinados por ele no Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana –, os restauradores podem recorrer tanto ao material digital, que guarda minúcias das 12 esculturas, quanto às feitas “à imagem e semelhança” dos originais.
Quem visitar o Museu de Congonhas, que completará dois anos no dia 15 e fica perto do Santuário Bom Jesus de Matosinhos, poderá ver, a partir de quinta-feira, uma exposição com vídeos, desenhos e fotografias que contam a história das réplicas dos profetas. O local funciona de terça a domingo, das 9h às 17h (com entrada a R$ 10), na quarta-feira, das 13h às 21h (entrada franca).
O Estado de Minas
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