E dão dicas de como aproveitar essas ferramentas para fixar conteúdo
Ao som de gritos, a professora de história Natasha
Piedras entra correndo em um quarto. Acima da cena, aparece a legenda: “Dom
João VI fugindo de Portugal”. Logo em seguida, a professora aparece novamente
entrando pela mesma porta, agora com um chapéu preto e uma vareta simulando uma
espada, com a legenda: “Napoleão Bonaparte”. Em um vídeo de cinco segundos,
Natasha fala sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, em
meio à ameaça do imperador francês de invadir o reino de Portugal.
O vídeo recebeu mais de 7,7 mil curtidas no Instagram e
mais de 24 mil no Tik Tok. De forma descontraída, escolas, cursinhos e
professores têm usado as redes sociais para tratar de conteúdos para o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). A um mês das provas, que serão realizadas nos
dias 21 e 28 de novembro, eles dão dicas de como aproveitar essas ferramentas
para fixar o conteúdo e também fazem alertas sobre os cuidados necessários para
não perder o foco dos estudos e não acessar conteúdos com informações erradas.
“Um mês para o exame, a gente diz que é a reta final.
Um momento de foco total. A internet pode ser uma aliada, claro, mas não é o
momento de ficar horas nas redes sociais. Embora a internet ajude, ela pode ser
uma distração. É bom focar nas aulas e ter a internet como algo complementar”,
diz Natasha, que é professora do Descomplica, ambiente virtual que oferece
cursos preparatórios para o Enem.
As aulas, segundo a professora, são importantes, até
mesmo para que o estudante entenda as piadas nas redes. “Quando estou pensando
para o Tik Tok um vídeo sobre processo de Independência do Brasil, claro que
quero que o aluno tire daquele vídeo alguma coisa mas, para isso, ele precisa
de um conhecimento prévio sobre a Independência, precisa ter assistido uma aula
sobre o assunto. Assistiu a aula, entendeu minimamente o assunto, um vídeozinho
desse no Tiktok vai fazer com que ele, de repente, absorva um pouco mais, mas
de maneira leve”.
Redes
sociais na pandemia
O estudo Digital 2021: Global Overview Report, da
Hootsuite e We are Social, mostra que somente no último ano as redes sociais
ganharam meio milhão de novos usuários em todo o mundo, o que representou um
crescimento de mais de 13%. Agora, são 4,2 bilhões de pessoas conectadas, o que
representa 53% de toda a população mundial.
O Brasil está entre os países que mais usam redes
sociais no mundo, ocupando o terceiro lugar no ranking, depois das Filipinas e
da Colômbia. Os usuários brasileiros passam, em média, 3 horas e 42 minutos nas
redes sociais por dia - tempo acima da média mundial de 2 horas e 25 minutos.
“Não é um fenômeno de agora, mas com a pandemia o uso
das redes sociais foi potencializado por causa desse período remoto, que fez
com que muitos alunos, que não tinham o hábito de navegar na rede passassem a
buscar mais informações e a acessar mais. Os professores que antes não postavam
passaram a postar”, diz o professor de química dos colégios Santo Agostinho e
São Bento, no Rio de Janeiro, e também criador do canal Química Nota Dez,
Silvio Predis.
Mais conteúdo na rede exige, no entanto, mais cuidado.
Segundo o professor, é preciso buscar informações sobre quem está divulgando
esse conteúdo, se é algum professor, se tem boa formação e, se possível,
perguntar na escola ou no cursinho, a professores de confiança, se determinado
perfil é indicado. "Há conteúdos com uma qualidade muito alta e conteúdos
com vários erros”, diz.
Maior
alcance
As redes sociais ajudaram a professora de redação e
fundadora do Marka Texto Redação e Linguagens, Letícia Lima, a chegar a
diversas partes do Brasil. Os vídeos que posta no Instagram e Tiktok, com dicas
para a redação do Enem, correção de provas e mesmo com erros cometidos pelos
estudantes, têm centenas de milhares de reproduções e curtidas.
“Para segurar o jovem hoje em dia tem que ser rápido.
Tudo é distração para eles. Tem que ter humor, estar antenado com memes, com o
que está em alta, o que é engraçado. A gente se baseia muito nisso”, afirma.
Porém, além de divertir e informar, as redes sociais
podem também ser ambientes muito tóxicos, de acordo com a professora. “Existem
muitos perfis que projetam uma ideia de rotina de estudo que é impraticável e
inalcançável. Essa comparação [com outras pessoas] pode minar a saúde mental do
estudante”, diz. Ela aconselha os alunos a focarem, nesta reta final, na
resolução de questões de provas anteriores, na revisão de conteúdos. A
familiaridade com a prova, segundo ela, conta muito no Enem.
Agência
Brasil
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Livro 11 - Panda Zen e as paixões enganosas
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Livro 13 - Panda Zen e o mais importante
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Livro 15 - Panda Zen e a indecisão
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