Mais da
metade dos professores da rede pública estadual de São Paulo (51%) já sofreram
pessoalmente algum tipo de violência nas escolas em que trabalham, o que
representa 104 mil profissionais. No período de 2013 a 2014, o percentual era
de 44%. É o que revela pesquisa do Instituto Locomotiva, feita a pedido do
Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e
apresentada dia 27 na capital paulista.
Entre os
estudantes, 802,5 mil dizem ter sofrido violência, o que representa 39% do
total. Em 2013 e 2014, o índice era de 28%. Os tipos de violência sofridos nas
escolas incluem agressão verbal, bullying, agressão física, furto,
roubo e discriminação. Segundo a pesquisa, realizada neste mês, os professores
são as maiores vítimas de agressão verbal e discriminação, enquanto os
estudantes sofrem mais com bullying e agressão física.
“Eu
credito a causa da violência [nas escolas] ao abandono do governo do estado de
São Paulo – não à escola pública e a seu prédio, que também estão abandonados –
mas aos seres humanos que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem, que
são os professores, os alunos, os funcionários”, disse a presidenta da Apeoesp,
Maria Izabel Azevedo Noronha.
Maria
Izabel defendeu a existência da mediação no processo de combate à violência. “A
violência tem que ser mediada. É na mediação que você trabalha com a
civilidade. A educação é parte de um processo civilizatório”, disse. Além disso,
ela destacou a importância de vínculo entre estudantes e professores e criticou
a alta rotatividade de profissionais causada por contratações temporárias, o
que prejudica a construção deste vínculo.
Segundo o
presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, nem mesmo a divulgação de
uma pesquisa liderada pela Apeoesp no final de 2013 foi suficiente para o
desenvolvimento de políticas públicas e de ações efetivas no combate à
violência nas escolas. "Isso transforma educadores e estudantes em vítimas,
prejudica o aprendizado, compromete o futuro de toda uma geração de jovens que
estão sendo formados hoje”, afirmou Meirelles.
Periferia
A pesquisa
destaca que os estudantes da periferia são mais vulneráveis à violência dentro
das escolas estaduais. Enquanto 27% dos estudantes de escolas do centro
declararam já ter sofrido pessoalmente algum tipo de violência, 42% dos alunos
de instituições da periferia passaram por violência.
“A
periferia é formada majoritariamente por jovens negros, com pais que vivem em condições
de vulnerabilidade. Como se não bastassem todas as outras vulnerabilidades que
existem pela falta da presença do Estado e de políticas públicas na periferia,
eles também são os mais vulneráveis com relação à violência [na escola]”,
ressaltou Meirelles.
Ele
ressalta que o problema da violência faz com que as escolas fechem mais cedo e
que os alunos não tenham a totalidade das aulas, devido ao medo de sair de
dentro da sala de aula. “Nós sabemos que o problema da violência não está
apenas dentro da escola, está também no seu entorno”.
Uma das
soluções apontadas pelo estudo é o envolvimento da comunidade no processo de
decisão das instituições de ensino. Todos as pessoas ouvidas na pesquisa (pais,
estudantes, professores e população em geral) apontaram investimentos em
cultura e lazer e policiamento como soluções para o problema.
Mediação
A
Secretaria da Educação de São Paulo disse que não teve acesso ao conteúdo da
pesquisa, mas que´um levantamento feito por seu Sistema de Proteção Escolar com
2.200 instituições de ensino fundamental e médio mostrou que, nos últimos três
anos, diminuíram em 70% os episódios de violência e incidentes, incluindo bullying,
agressões e indisciplina.
Em nota, a
secretaria informa que vai ampliar o programa de mediação de conflitos,
capacitando educadores para prevenir desentendimentos nas escolas estaduais.
“Todas as 5 mil escolas terão agora, ao menos, um educador nesse papel. E em
1.795 destas unidades haverá um segundo [educador] com o mesmo objetivo, para
que trabalhem em conjunto. Hoje os vice-diretores de 2,3 mil escolas já são os
responsáveis pela mediação. A partir de outubro, a secretaria irá formar os
[mediadores] de todas as 5 mil unidades”, diz a nota.
A
pesquisa, encomendada pela Apeoesp ouviu 602 estudantes, 600 pais e mães de
alunos e 649 pessoas da população em geral na capital paulista e em 13 cidade
do interior e Grande São Paulo, além de 702 professores da rede estadual de 155
municípios.
Da Agência Brasil
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