terça-feira, 19 de setembro de 2017

Museus de todo o país abrem as portas com programação especial nesta semana


Debates, projeção de filmes com audiodescrição, lançamento de publicações e diversas exposições temporárias são algumas das atrações da 11ª Primavera dos Museus, que teve início na segunda-feira (18), em todo o país.

Ao longo da semana, museus e instituições culturais abrirão as portas com uma programação especial, que tem como foco o tema Museus e suas Memórias. Serão realizadas 2,5 mil atividades culturais em 417 cidades de 25 estados e do Distrito Federal. Para saber o que vai acontecer em cada cidade, basta acessar o 
guia online.
Neste ano, a Primavera dos Museus, que é coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), conta com a participação 932 instituições culturais.

O número de participantes é o maior desde que foi criada a semana, em 2007. Segundo o Ibram, de lá para cá houve crescimento de 15% no número de instituições participantes. A expectativa é que o número continue crescendo nas próximas edições, já que o instituto tem mais de 3,7 mil museus mapeados no Brasil.
Ao falar sobre Museus e suas Memórias, a organização do evento também pretende chamar atenção para o aniversário de 200 anos da criação da primeira instituição do gênero brasileira, o Museu Nacional/UFRJ no Rio de Janeiro (RJ), que será comemorado no ano que vem. Além disso, “um dos objetivos é que museus e demais instituições culturais participantes possam ‘olhar para dentro’ e refletir, junto com os grupos sociais presentes nos territórios nos quais estão inseridos, sobre os processos e resultados de sua própria constituição e produção”, diz o texto explicativo divulgado pelos organizadores.
A  programação é composta com sugestões feitas pelas próprias instituições culturais, que propuseram as atividades que pretendiam realizar e  são responsáveis por concretizá-las. Ao Ibram cabe a mobilização dos museus, bem como a elaboração e divulgação nacional da programação conjunta.
Agência Brasil

O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:


A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.   

Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.

"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.

Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.

A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.

Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.

Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.

É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.


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