terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Quadrinhos acolhem, num crescente, a criatividade feminina


Autoras e ilustradoras ocupam espaço no mercado editorial, aumentando a identificação feminina nas tirinhas
A presença delas nas HQs já é constante no meio e, desde o século 19, quadrinistas mulheres garantem sua presença em um universo que se torna cada vez mais amplo, sendo desenhado, escrito e consumido também por elas. As personagens femininas ganham novos enredos, contrastes e personalidades e a figura unicamente sensual já não convence suas leitoras cada vez mais ávidas. 

Publicações inspiradas em histórias reais de mulheres fortes e novos modelos de heroínas e protagonistas confirmam a tendência e os novos rumos das histórias ilustradas. Com o impulso e a ajuda de divulgação pela internet, diversos trabalhos femininos de HQ têm ampliado seu espaço. É o caso do coletivo Ladys´s Comics, do Mulheres nos quadrinhos, da autora Alexandra Presser, e outras tantas publicações de qualidade que ocupam o espaço físico e virtual.

O coletivo Lady’s Comics conquista espaço por meio do site que serve como plataforma de divulgação e mostra de trabalhos por todo o país. A internet tem servido como trampolim para que quadrinistas divulguem suas obras e, no meio virtual, o número de homens e mulheres que escrevem e desenham suas histórias é cada vez mais próximo.

 A ilustradora Alexandra Presser, de Florianópolis, aproveitou o espaço para publicações independentes e lançou recentemente a HQ Arroz, que fala sobre mudanças e amizades. Alexandra destaca que o crescimento e a aceitação dos quadrinhos brasileiros aumentaram muito nos últimos 10 anos, fato que beneficia também o surgimento de novas autoras. “Diversos quadrinhos de boa qualidade, escritos e ilustrados por mulheres, mostram para as leitoras que elas também devem ser representadas e mostram para os leitores que as mulheres não são bidimensionais. Se continuarmos avançando, os estereótipos femininos das histórias serão ultrapassados”.

Feminino

Tais estereótipos são, inclusive, um dos pontos mais trabalhados pelas autoras. Presser destaca que acha ruim que ainda seja preciso que mulheres escrevam personagens femininas para que elas sejam bem representadas, com profundidade e amplitude psicológica. No entanto, para a ilustradora, este quadro pode mudar. “O mercado de quadrinhos só tem a perder sem elas. A presença feminina no gênero ajuda a mostrar a força e a complexidade das mulheres, que foram por muitos anos diminuídas por meio da objetificação nas histórias. Nós sempre soubemos disso e agora, finalmente, estamos encontrando espaço para mostrar”.

Ale gosta de escrever sobre o cotidiano, sobre fatos que acredita que farão alguma diferença na vida dos leitores. A autora  sente orgulho de quadrinistas que estão na frente de batalha, como a Petra Leão, que escreve para a Turma da Mônica Jovem e trabalha sempre a favor da igualdade de gêneros, ou a Kaol Porfírio, com suas ilustrações de personagens femininas fortes.

Entre as protagonistas femininas das HQs destacam-se Persépolis Olympe de Gouges, dos livros homônimos e baseados em histórias reais.

Além deles, a recente heroína com inclinações para vilã Nimona, da jovem autora Noelle Stevenson, também conquista seu espaço no mercado. Entre os três quadrinhos, criados a partir de estilos de desenho e escrita diferentes, encontra-se em comum o fato de que suas personagens principais são mulheres fortes e bem desenvolvidas, com personalidades que saem da bidimensionalidade e histórias que se desenvolvem a partir de suas próprias ações e vontades. São personagens que mostram autonomia e firmam-se como a representação de mulheres reais e não estereotipadas.


A presença feminina no gênero ajuda a mostrar a força e a complexidade das mulheres, que foram por muitos anos diminuídas por meio da objetificação nas histórias”
Ale Presser, ilustradora

   Estante

Arroz 
confira aqui os pontos de venda: http://arroz.alepresser.com/comprar
Autora: Ale Presser
Preço médio: R$ 30
Edição independente
Número de páginas: 88

Nimona 
À venda em sites e livrarias
Autora: Noelle Stevenson
Preço médio: R$ 32
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 272

Olympe de Gouges 
À venda em sites e livrarias
Autores: José Louis Bocquet e Catel Muller
Preço médio: R$ 81
Editora: Record
Número de páginas: 488
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Para aproveitar o seu tempo  


Para aproveitar o seu tempo, selecionamos títulos para os mais variados públicos - de crianças a amantes de literatura.

Divirta-se a valer e recarregue as baterias. Não deixe de colocar a leitura em dia, cuide de manter atualizada a sua biblioteca e – jamais se esqueça, o bom presente é aquele que ensina uma lição e dura para sempre; por isso, habitue-se a adquirir livros também para presentear.

Veja a seguir as nossas sugestões de leitura. Basta clicar no título desejado e você será levado ao site com mais informações:

1) Coleção Educação, Teatro e Folclore
Dez volumes abordando 19 lendas do folclore brasileiro.



2) Coleção infantil
Dez volumes abordando temas variados do universo infanto-juvenil.



3) Coleção Educação, Teatro e Democracia
Quatro volumes abordando temas como democracia, ética e cidadania.



4) Coleção Educação, Teatro e História
Quatro volumes abordando temas como independência e cultura indígena.



5) Coleção Teatro greco-romano
Quatro volumes abordando as mais belas lendas da mitologia greco-romana.



6) O maior dramaturgo russo de todos os tempos: Nicolai Gogol – O inspetor Geral



7) O maior dramaturgo da literatura universal: Shakespeare – Medida por medida



8) Amor de elefante



9) Santa Dica de Goiás



10) Gravata Vermelha



11) Prestes e Lampião



12) Estrela vermelha: à sombra de Maiakovski



13) Amor e ódio



14) O juiz, a comédia



15) Planejamento estratégico Quasar K+



16) Tiradentes, o mazombo – 20 contos dramáticos



17) As 100 mais belas fábulas da humanidade



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AS OBRAS DO AUTOR QUE O LEITOR ENCONTRA NAS LIVRARIAS amazon.com.br: 

A – LIVROS INFANTO-JUVENIS: 

I – Coleção Educação, Teatro e Folclore (peças teatrais infanto-juvenis): 

II – Coleção Infantil (peças teatrais infanto-juvenis): 
Livro 8. Como é bom ser diferente 

III – Coleção Educação, Teatro e Democracia (peças teatrais infanto-juvenis): 

IV – Coleção Educação, Teatro e História (peças teatrais juvenis): 

V – Coleção Teatro Greco-romano (peças teatrais infanto-juvenis): 

B - TEORIA TEATRAL, DRAMATURGIA E OUTROS
VI – ThM-Theater Movement: 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Língua portuguesa crescerá na cena mundial com Guterres na ONU, diz embaixador

Brasília sediou, em outubro, a 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no Palácio ItamaratyJosé Cruz/Agência Brasil

O embaixador Gonçalo Mello Mourão, representante permanente do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ressaltou em entrevista recente à Agência Brasil, em Lisboa, a importância da língua portuguesa no atual cenário internacional. Para Mourão, a eleição e posse do português António Guterres como novo secretário-geral das Nações Unidas, substituindo a Ban Ki-moon a partir de 1º de janeiro, é um fato extraordinário para o mundo lusófono.

“Quanto mais 'mundo' falando a nossa língua, mais o mundo fica próximo de nós e mais nós ficamos próximos do mundo. Durante o mandato [de Guterres] - que nós esperamos que seja renovado, como tem sido a prática da ONU -, nós vamos ter em evidência um falante da língua portuguesa. O português hoje já é língua de trabalho em alguns organismos das Nações Unidas, inclusive alguns de relevo”, afirmou Mourão.

Atualmente, a Organização das Nações Unidas tem seis línguas oficiais: o castelhano, o inglês, o mandarim, o russo, o francês e o árabe. O embaixador lembrou, no entanto, que a escolha de uma língua como idioma oficial da ONU traz impactos financeiros. “Uma língua na qual todos os documentos são produzidos tem uma implicação de custos imensa, que não necessariamente pode ser atendida pelo desejo político. De qualquer maneira, o Brasil continuará sempre a trabalhar no sentido de que a língua portuguesa seja cada vez mais aceita como uma língua internacional”, disse.

Para Mourão, a CPLP é, além de um espaço de cooperação entre os países-membros, um lugar de pertencimento. “É um espaço que se funda na percepção que os diversos países [que a integram] tiveram num certo momento de que há um passado comum, um presente comum e um desejo de futuro comum, não só na cooperação para o desenvolvimento, mas também na promoção da cultura de cada um de nós dentro do âmbito da expressão linguística do português”.

O embaixador diz que a CPLP não pretende ser o principal instrumento de cooperação para o desenvolvimento e solução dos problemas internos dos diversos países que a compõem. Os acordos de cooperação seriam apenas uma das diversas áreas de atuação da comunidade, que funciona, em todas as suas esferas, com base no princípio do consenso em todas as decisões tomadas.

Apesar de reconhecer o peso (econômico, social, cultural e populacional) que o Brasil exerce dentro da comunidade, Mourão ressalta que o interesse do país não é o de direcionar a CPLP.  “Claro que é um país que tem um peso e é obvio que se olha [para ele] com alguma expectativa. Mas o Brasil não pretende conduzir a CPLP para nenhum lado. O Brasil pretende que a CPLP vá para onde ela quiser ir. E onde ela quer ir é onde todos os membros queiram ir”.

Livre Circulação
Em relação a um possível acordo de livre circulação entre os cidadãos dos países-membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), Mourão afirma que, apesar de o assunto vir sendo discutido dentro da comunidade, as complicações são muitas e o processo deve ocorrer de forma lenta.

“Há, claro, um desejo de que um dia essa livre circulação se verifique. Eu acho que isso não é só um desejo dos países de língua portuguesa, mas de todos os cidadãos do mundo. Dentro da CPLP é um problema que tem que se resolver em conjunto, mas também individualmente. Há certos problemas como pertencer a outros agrupamentos regionais que têm acordos específicos sobre a matéria {como Portugal com a União Europeia]. E é uma decisão política também sobre o desejo de realmente abrir as fronteiras para essa livre circulação dos cidadãos da CPLP”.

Mourão ressaltou a importância atual de o Brasil ter assumido, em outubro, a presidência bianual da CPLP durante a 11ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade, em Brasília.

“O Brasil propôs, como meta de trabalho da organização, atingir certos objetivos da agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável. Nós vamos começar a discutir, a partir de 2017, quais seriam os temas dessa agenda que nós poderíamos apostar como possíveis de serem conjuntamente desenvolvidos de modo que, ao final da presidência brasileira, daqui a dois anos, nós possamos apresentar um resultado concreto. Nesse aspecto, foi uma feliz coincidência a eleição de Guterres, porque nós vamos ter a CPLP trabalhando em cima de uma meta da ONU”, frisou.


Marieta Cazarré, na Agência Brasil


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Coleção estórias maravilhosas para aprender se divertindo

São 10 peças teatrais completas, direcionadas ao público infanto-juvenil:
•Livro 1 – A onça e a capivara ou Não é melhor saber dividir?
•Livro 2 – Eu compro, tu compras, ele compra
•Livro 3 – A cigarra e as formiguinhas
•Livro 4 – A lebre e a tartaruga
•Livro 5 – O galo e a raposa
•Livro 6 – Todas as cores são legais
•Livro 7 – Verde que te quero verde
•Livro 8 – Como é bom ser diferente
•Livro 9 – O bruxo Esculfield do Castelo de Chamberleim
•Livro 10 – Quem vai querer a nova escola.
O teatro e a dramaturgia - ao contrário das demais ramificações da literatura – transcendem o mero prazer, regalo e deleite da leitura bem como os aspectos educativos e pedagógicos intrínsecos às letras.
É isto que o leitor perceberá tão logo adentre as páginas dos livros que compõem a coleção infanto-juvenil.
A leitura dos livros e a reflexão sobre os seus conteúdos poderão remeter o leitor a um universo só possibilitado pelo teatro.
Não por acaso, esta arte milenar tem sido cultuada por todos os povos, do ocidente e do oriente, desde muitos séculos antes de Cristo. De tão importante, os antigos egípcios e gregos chegaram a vincular o teatro aos rituais destinados a homenagear suas divindades e entes sagrados.
A dramaturgia e o teatro continuam mantendo as características que os tornaram imprescindíveis na antiguidade clássica:
- o auxilio para vencer a timidez e desenvolver a autoestima;
- o aprimoramento da oratória e da dicção;
- a aprendizagem quanto à impostação de voz, a postura, a presença cênica;
- os predicados da argumentação lógica e da reflexão crítica;
insumos que, sem dúvidas, qualificam a participação, o que – convenhamos – não é pouca coisa num ambiente social obliterado pela mediocridade. 

Preferencialmente destinada às crianças e à juventude, os livros atendem a todas as faixas etárias, dos pequenos que ainda engatinham na pré-escola e no ensino fundamental, aos jovens de ideias e propósitos que já romperam a terceira idade.
Para saber mais, clique aqui.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Putin anuncia cessar-fogo na Síria: 7 perguntas para entender a guerra no país

Acordo é anunciado após governo ter retomado, na semana passada, controle de Aleppo
Uma semana após a retomada da cidade de Aleppo pelas forças do presidente Bashar al-Assad, o governo sírio e parte dos grupos rebeldes, protagonistas da guerra civil que arrasa o país desde 2011, fecharam um acordo de um cessar-fogo, a ser seguido por negociações de paz.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo presidente russo, Vladimir Putin. Rússia e Turquia, que apoiam lados opostos no conflito - governo e rebeldes, respectivamente -, são os fiadores do acordo, que entrará em vigor a partir da meia-noite.
O Ministério das Relações Exteriores turco confirmou a informação, bem como um porta-voz do principal grupo rebelde envolvido.
A decisão não inclui, porém, o grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico, que controla regiões do território sírio, e a Frente Nusra, ligada à Al-Qaeda, além de "grupos filiados a eles".
Vladimir PutinImage copyrightAP
Image captionPutin celebrou acordo como resultado de esforços russos
A retomada de Aleppo pelas forças de Assad, anunciada na semana passada, também ocorreu em meio a um cessar-fogo negociado por Moscou e Ancara, que permitiu que dezenas de milhares de rebeldes e civis pudessem ser retirados e encaminhados a áreas controladas por opositores do governo sírio.
Em seu anúncio nesta quinta, Putin classificou o acordo como "frágil", mas o celebrou como resultado dos esforços dos ministros da Defesa e do Exterior russos junto a parceiros do país na região.
Espera-se que as negociações de paz comecem um mês após o cessar-fogo. Elas devem ocorrer em Astana, capital do Cazaquistão.
Em meio às incertezas sobre o sucesso dessa nova tentativa de pôr fim a grande parte do conflito na Síria, confira a seguir o que está em jogo no país, arrasado por uma guerra que, segundo a ONU, já matou mais de 400 mil pessoas e obrigou mais de 4,5 milhões a fugirem.
Destruição em AleppoImage copyrightAFP
Image captionConflito já matou mais de 400 mil pessoas

1. Qual era a situação na Síria antes da guerra?

Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam de um alto nível de desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000.
Um março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro de uma escola na cidade de Deraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forças de segurança.
O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe - manifestações populares que naquele momento se estendiam pelos países da região.
Quando as forças de segurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saída de Assad.
A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fim de julho de 2011, centenas de milhares saíram às ruas em todo o país exigindo a saída de Assad.
Protestos em Deraa, em março de 2011Image copyrightAP
Image captionProtestos em Deraa, em março de 2011, foram suprimidos pelo governo

2. Como começou a guerra civil?

À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta do governo se intensificava.
Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegar em armas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forças de segurança de suas regiões.
Assad prometeu "esmagar" o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o controle do Estado.
A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram em centenas de brigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle de cidades e vilarejos.
Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.
O conflito já havia, então, se transformado em mais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornos de guerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauitas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.
Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.
Em junho de 2013, as Nações Unidas informaram que o saldo de mortos já chegava a 90 mil pessoas.
Pai reage à morte de seus filhos em ataque aéreo em AleppoImage copyrightREUTERS
Image captionVítimas da guerra incluem crianças

3. Quem está lutando contra quem?

A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas origens.
O número de membros da oposição moderada secular foi superado pelo de radicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à Al-Qaeda.
Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.
Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria.
Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo sírio.
Já a Rússia lançou em 2015 uma campanha aérea com o fim de "estabilizar" o governo após uma série de derrotas para a oposição. Essa intervenção possibilitou vitórias significativas das forças sírias, incluindo a importante retomada de Aleppo, antigo centro financeiro e industrial do país, considerada um microcosmo do conflito.
Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxo de armas por medo de que acabem indo parar nas mãos de grupos jihadistas.
Combatente rebelde na SíriaImage copyrightREUTERS
Image captionRebeldes da oposição moderada têm recebido ajuda limitada de potências ocidentais

4. Qual é o envolvimento das potências internacionais?

Os Estados Unidos culpam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigem que ele deixe o poder como pré-condição para a paz.
Já a Rússia apoia a permanência de Assad no poder, o que é crucial para defender os interesses de Moscou no país.
O Irã, de maioria xiita, é o aliado mais próximo de Bashar al-Assad. A Síria é o principal ponto de trânsito de armamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milhares de combatentes para apoiar as forças sírias.
Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões de dólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.
Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rival de Teerã na região, tem enviado importante ajuda militar para os rebeldes, inclusive para grupos radicais.
Outro aliado importante dos rebeldes sírios, a Turquia tem buscado limitar o apoio dos EUA às forças curdas, que acusam de apoiar rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Os rebeldes da oposição síria ainda têm atraído apoio em várias medidas de outras potências regionais, como Catar e Jordânia.
Destruição em Homs, na SíriaImage copyrightREUTERS
Image captionHoms, chamada de "capital da revolução", foi uma das cidades que mais sofreram

5. Por que a guerra está durando tanto?

Um fator chave é a intervenção de potências regionais e internacionais.
Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síria em campo para uma guerra indireta.
A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcial em relação às questões religiosas).
As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidades de ambas as partes, não apenas causando a perda de vidas, mas a destruição de comunidades, afastando a esperança de uma solução pacífica.
A escalada de terror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país para tomar o controle de vastas partes de território no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.
Tropas do governo com bandeira síriaImage copyrightREUTERS
Image captionForças governamentais assumiram o controle de Aleppo

6. Qual é o impacto da guerra?

Segundo a ONU, a guerra já matou mais de 400 mil pessoas e obrigou mais de 4,8 milhões de pessoas a fugir de suas casas - a maioria mulheres e crianças.
O êxodo de refugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os países vizinhos - Líbano, Jordânia e Turquia.
Cerca de 10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu sobre como dividir essas responsabilidades.
E as estatísticas terríveis não param por aí.
A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a 13,5 milhões de pessoas - incluindo seis milhões de crianças - no país.
Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, uma em cada três pessoas não consegue suprir as necessidades alimentares básicas, mais de 2 milhões de crianças não vão à escola e uma em cada cinco indivíduos vive na pobreza.
Criança em campo para refugiados próximo à fronteira entre Síria e TurquiaImage copyrightREUTERS
Image captionGuerra na Síria deu origem a crise humanitária

7. O que a comunidade internacional faz para pôr fim ao conflito?

Como nenhuma das partes é capaz de impor uma derrota decisiva à outra, a comunidade internacional há muito concluiu que a única forma de pôr fim à guerra é por meio de uma solução política.
O Conselho de Segurança da ONU pediu a implementação do Comunicado de Genebra, adotado em 2012 na cidade suíça, que contempla um governo de transição com amplos poderes executivos "baseado no consentimento mútuo".
Porém, as negociações de paz de 2014, conhecidas como Genebra 2, foram interrompidas. A ONU responsabilizou o governo sírio por se recusar a discutir as demandas da oposição.
Um ano depois, a ascensão do grupo autodenominado Estado Islâmico deu novo ímpeto à busca por uma solução pacífica.
Em janeiro deste ano, Estados Unidos e Rússia conseguiram convencer as partes em conflito a participar de "conversas de aproximação" em Genebra para implementar o plano da ONU.
Ruína em AleppoImage copyrightAFP
Image captionAntigo centro financeiro e industrial sírio, Aleppo está em ruínas
Mas as negociações foram suspensas ainda na fase preparatória, depois que as forças de segurança sírias lançaram uma ofensiva contra a cidade de Aleppo, no norte do país.
Este ano, as duas superpotências mundiais conseguiram negociar uma interrupção das hostilidades, com a qual os enfrentamentos foram suspensos.
A última trégua parcial, em meados de setembro, fracassou dias depois de entrar em vigor, após um ataque letal contra um comboio de ajuda humanitária, no qual morreram 20 civis. Os EUA culparam a Rússia pelo bombardeio - Moscou negou as acusações.
Na última semana, um cessar-fogo liderado pela Rússia permitiu a retirada de rebeldes e civis cercados pelas forças de Assad nas áreas de Aleppo então controladas pelos oposicionistas, cercados pelos soldados pró-governo.
A ausência dos EUA na recente negociação em Moscou provocou críticas de parte da imprensa americana, que questiona a liderança do presidente Barack Obama.
Da BBC
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O livro com a peça teatral sobre o 
fundamentalismo islâmico que você não pode deixar de ler:

Para saber mais, clique aqui.

A peça teatral “Amor e ódio: não esqueçamos de Aylan Kurdi” é um tríler que retrata a atual crise migratória no continente europeu.

O embate das civilizações - a histórica rivalidade entre os extremistas que utilizam o radicalismo religioso para destilar ódio e intolerância, a busca dos fundamentalistas pela hegemoniado pensamento - compõe o substrato em que se desenvolve a trama.

O Estado Islâmico decide promover, na Alemanha, o ato terrorista que ficaria marcado, na história da humanidade, como o maior e mais aterrador de todos os já perpetrados no planeta. 

Contextualizando a filosofia e a geopolítica, a história e as ciências sociais, as políticas de estado e o planejamento estratégico, as personagens movimentam-se provocando, desafiando o leitor a mergulhar fundo na reflexão sobre os mais caros valores à cultura cristã-ocidental: a democracia e a liberdade, a justiça e aos direitos individuais.

Três mulheres homossexuais protagonizam tensas e intensas discussões sobre este traumático universo onde imperam - por maiores que tenham sido os avanços na política – a cólera, o ódio, a intransigência, o sectarismo, a desmedida violência e o fanatismo.

Mulás, imãs, califas, aiatolás, fundamentalismo islâmico de um lado; do outro, as experiências autoritárias no ocidente como o nazismo e o comunismo, a KGB e a Stasi, estruturando o cenário que alimenta a besta-fera da violência, embasa o fortalecimento do nacionalismo, o fechamento das fronteiras, a construção de muros, o desprezo pela cultura do ‘outro’, pelas referências do ‘estranho’, o desdém para com a dor e o suplício por que passam os refugiados e excluídos.

Os terroristas do EI planejam explodir seis bombas nucleares em Berlim, pulverizando a Alemanha e destruindo toda a Europa central. Conseguirão levar a cabo o plano terrífico? Nesta ambientação são sopesados os debates sobre a beleza e a fealdade, o ódio e o amor, o autoritarismo e a democracia, a sexualidade e as liberdades individuais, o fundamentalismo islâmico e os direitos civis.

Kazal al-Atassi - a poeta que teve os membros amputados e o corpo desfigurado por atentados terroristas sofridos na Síria – e sua ex-companheira, Manal al-Atassi, cuja descomunal beleza hipnotiza e encanta, são suspeitas de integrar a brigada terrorista do Estado Islâmico. Anna Decker, a oficial da inteligência militar encarregada de desvendar a sórdida trama. Bismarck Adenauer, ex agente da Stasi, a agência de inteligência da antiga República Democrática Alemã. E mais os personagens saídos das sombras da CIA e da KGB, do Mossad e das agências russa e chinesa... 
Mergulhe, caro leitor, neste tríler que – ao denunciar a mais grave crise migratório desde a 2ª Grande Guerra - interage, de maneira vibrante e perturbadora, a realidade e a ficção. 

O livro integra a Coleção Quasar K+: 

Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico; 
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça; 
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Planejamento estratégico e planejamento marginal; 
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.