domingo, 7 de julho de 2019

A inveja destrói pessoas, famílias, organizações



Em “Otelo – a inveja destrói pessoas, famílias e organizações”, Antônio Carlos examina a obra de Shakespeare à luz das consequências que a inveja ocasiona, tanto em nível de indivíduos como de seus familiares, mas, sobretudo no plano das organizações, impactos que, via de regra, podem levar ao debacle das instituições.

A inveja é um sentimento que, necessariamente, relaciona-se com o outro; ocorre quando uma comparação evidencia a ausência – no observador - de um bem material ou de uma qualidade existente na pessoa considerada. 

Pode se manifestar de diferentes formas, as consequências, porém, são as mais perversas, incontroláveis sensações de angústia e raiva, alimentando explosivas expectativas de obter as qualidades ou os bens cobiçados.

Este livro está dividido em cinco capítulos.

No primeiro, a peça teatral - “Otelo, o mouro de Veneza” - é analisada à luz dos estratagemas utilizados por Willian Shakespeare para discutir questões candentes que perpassam tanto o século XVII como o atual, o XXI: o desejo, o ciúme e a inveja; as discriminações em relação ao imigrante; a cultura e os preconceitos raciais; os processos que estruturam a comunicação; e as profundas mudanças que abalavam as estruturas da Europa medieval – e as que hoje estremecem a vida moderna. 

Na época em que Shakespeare viveu, o mundo experimentava violentas transformações, não com a velocidade das que hoje se verificam, naturalmente, mas tão importantes e profundas quanto.

No século XVII, imperava o modelo econômico baseado na agricultura e a organização – inclusive política e social – assentava-se sobre a nobreza.

O comércio, porém, foi se fortalecendo, de modo que a burguesia passou a se responsabilizar pelos gastos e investimentos do império, sem, contudo, dispor do reconhecimento e do prestígio social.

Neste período, os campos político e econômico passaram a ser dominados por diferentes atores. A nobreza já quase nada representava do ponto de vista econômico, mas preservava, com mãos de ferro, o poder político. O contrário ocorria em relação à burguesia, que – apesar de ter se elevado à condição de novo sustentáculo econômico do sistema - continuava desprovida de poder político. 

Esta é geralmente a grande equação capaz de levar às rupturas estruturais: poder econômico em uma extremidade e poder político na outra. Foi rigorosamente o que aconteceu na Europa, com uma tempestade de revoluções varrendo o continente. 
A Inglaterra, precisamente, experimentava transformações que, pouco mais adiante, levariam os ingleses a liderar a revolução industrial fazendo do Reino Unido uma das grandes potências mundiais.

O segundo capítulo do livro aborda especificamente a inveja, sentimento utilizado pelo bardo inglês para conceber Iago, o antagonista que personifica um dos maiores vilões da literatura universal. 

Em profundidade, Antônio Carlos aborda a cobiça, a ambição, os desejos desenfreados e os impactos desses sentimentos na produtividade das organizações – públicas e privadas -, destacando aspectos como a meritocracia, a fisiologia, o tráfico de influência, a sacralização das lideranças dissimuladas, e as disfunções do aparelho de estado. 

Nos terceiro e quarto capítulos, a obra de Shakespeare é utilizada como referência para o autor discutir três importantes questões que estão no centro das preocupações do homem contemporâneo: que relações guardam a meritocracia, o desenvolvimento e a organização do Estado na sustentabilidade das pessoas, das famílias e das organizações?

Finalmente, o quinto capítulo traz o texto original de Shakespeare para que o leitor sorva o que de mais genial e sublime pôde a pena do maior dramaturgo de todos os tempos produzir.

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sexta-feira, 5 de julho de 2019

Uma Auschwitz no coração do Brasil



É possível ao amor sobreviver em um ambiente onde prevaleça a desumanização mais absoluta e aviltante?

No Hospital Colônia de Barbacena, um hospício em Minas Gerais, foram praticados crimes tão terríveis que o psicanalista italiano Franco Basaglia chegou a classificar a instituição como um campo de concentração nazista. 

Em seu ápice o manicômio abrigou uma população superior a cinco mil internos e ali morreram, em completo abandono, 60 mil pessoas que o governo e a sociedade consideraram lixo humano. 

Em uma única madrugada, dezessete pacientes não resistiram ao frio cortante e faleceram. 

A infraestrutura era a pior possível, não havia sistema sanitário, não existia água encanada e o esgoto que corria a céu aberto, dentro do hospital, era a fonte onde muitos se banhavam e bebiam água. Uma só seringa servia para a aplicação de injeções em centenas de pacientes. 

Crianças, sobretudo os bebês, eram doadas ou comercializadas por funcionários corruptos. Numa desesperada tentativa de evitar que os seus bebês fossem levados, as mães se habituaram a cobrir a si mesmas com fezes, impedindo que os servidores se aproximassem.

Na filial latina de Auschwitz eram internados não apenas doentes mentais, mas, também, os considerados ‘desagradáveis’: oposicionistas, amantes de políticos, mães solteiras, alcoólatras, epiléticos, crianças indesejadas, jovens questionadores, vítimas de estupro, negros, prostitutas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos, qualquer um que integrasse os grupos sociais categorizados como ‘desajustados’. 

O sistema se tornou tão deletério que até mesmo homens tímidos e mulheres independentes – aquelas com senso de liderança ou que adotavam uma postura de questionar instituições como a do casamento - eram compulsoriamente internados. 

Em torno de 70% dos internos não apresentavam diagnóstico de qualquer tipo de doença mental. 

Não há registro de cura, não há histórico de recuperação no manicômio. O objetivo da unidade deixou de ser o tratamento, a terapêutica, a medicina, para se fixar em aspectos como a contenção e o controle.

O Eletrochoque e a ducha escocesa passaram a ser a estratégia para a intimidação e a punição. Bastava que o funcionário não fosse com a cara do paciente para que a sessão de eletrochoques se iniciasse. 

No último ato da peça teatral uma personagem faz perguntas que ecoarão eternidade adentro:

“O mundo saberá o que se passa aqui, no hospital Colônia de Barbacena, uma nódoa que envergonhará a humanidade para todo o sempre. Os criminosos que ousaram construir na terra uma morada do demônio pagarão por seus crimes? Os familiares e a sociedade que se omitiram e acobertaram com o silêncio a desumanidade mais vil e absoluta pagarão pelos crimes? Ou só os mártires de sempre se perpetuarão na condição de vítimas de sempre? Enquanto o mundo imaginava ter se libertado do holocausto, um novo Auschwitz foi erguido bem no coração do Brasil, à vista de todos, à luz do meio dia; e ninguém pagará por isso? Ninguém? Desde que o universo é universo e o mundo é mundo, desde que o homem se libertou do macaco e trocou as árvores pela terra firme, jamais existiu noite tão cruel e infame, de todas elas, esta é a noite mais escura.” 

É neste contexto de terror e completa insanidade que o autor trafega para conduzir uma estória de amor. Dois jovens estudantes, irremediavelmente apaixonados - tentando encontrar o oxigênio que mantenha a esperança – movimentam-se dentre conflitos políticos, crimes de lesa humanidade, assassinatos e filicídios.

A obra literária repercute uma questão que intriga os casais apaixonados desde tempos imemoriais: até que ponto pode o amor sobreviver em um ambiente onde prevaleça a desumanização mais absoluta e aviltante?

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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Pitágoras



Pitágoras nasceu na Grécia e viveu entre os séculos VI e V a.C.

Ávido por conhecimento, passou mais de vinte anos no Egito, onde - junto a mestres, magos e sacerdotes - desenvolveu habilidades que o levariam a figurar como um dos maiores ícones da humanidade. 

Quando os exércitos persas invadiram o Egito, foi feito prisioneiro e enviado, pelo rei Cambises, para a Babilônia. Na Mesopotâmia aprofundou os estudos que resultaram nas maravilhosas descobertas relacionadas à matemática, à astronomia, à metafísica e à filosofia. 

Na política, experimentou uma importante transição histórica. A aristocracia galvanizava o apoio de intelectuais, artistas e dos extratos mais esclarecidos da população, pois que a monarquia invariavelmente desaguava na tirania, e a democracia, na dissimulada demagogia. Também a aristocracia, quando em desequilíbrio, resultava na oligarquia, o que não impediu que ilustres personalidades, como Pitágoras, defendessem este sistema político.

Criou na ilha de Samos, onde nasceu, a Semicírculo, centro de ensino dedicado à difusão de sua doutrina. Os filiados deveriam abrir mão do patrimônio pessoal aderindo a rígidos princípios como a lei do silêncio e a do absoluto segredo. A primeira obrigava o iniciado a permanecer calado, impedido de falar por até 9 anos, apenas escutando para melhor assimilar os ensinamentos dos mestres; já a segunda lei proibia a divulgação das descobertas científicas para os não filiados, para o público externo.

Problemas políticos o obrigaram ao exílio em Crotona. Nesta cidade - hoje território italiano - fundou a Escola de Filosofia. O vegetarianismo; as pesquisas com a magia, o espiritismo e a metafísica; a obstinação pela simplicidade e o exercício da reflexão crítica; a numerologia e a matemática; a astronomia, a música e a filosofia compunham os campos de interesse dos pitagóricos. 

O Teorema de Pitágoras, as descobertas dos números perfeitos e dos figurados, da proporção áurea, dos intervalos musicais e suas proporções aritméticas são exemplos que mostram criatividade e genialidade.

A formulação teórica e a prática de exercícios para a expansão da memória constituíam atividades prioritárias. E o objetivo não era, simplesmente, melhor lidar com a concentração e a conscientização sobre a vida presente, mas, sobretudo, recuperar as lembranças das vidas passadas. 

Meditação profunda, o exame da consciência, o raciocínio lógico e a reflexão crítica eram os substratos para conquistar a libertação da matéria e a sublimação do espírito. Na doutrina enfatizavam o ciclo da transmigração da alma e uma visão do universo como expressão da numerologia e do dualismo espírito-matéria. 

Foi mergulhando neste contexto histórico que o autor desenvolveu as tramas e conflitos que sustentam ‘Pitágoras - tortura, magia e matemática na escola de filosofia que mudou o mundo’, uma peça teatral original que conduz o leitor aos mistérios do mundo antigo. Grécia, Egito e a Babilônia são os cenários das disputas políticas entre os defensores da harmonia consagrada nos números racionais e os descobridores da inovação que provocaria o desequilíbrio cósmico, os números irracionais; conflito responsável por levar Pitágoras a uma frustrada tentativa de suicídio.

O assassinato de Hípaso de Metaponto; a numerologia e suas relações com a harmonia cósmica; as vinculações da matemática com a magia e a espiritualidade; a discalculia e as defasadas didáticas que dificultam o ensino da matemática são abordados num cenário de debates, contendas, crimes e traições. 

O enredo disseca, ainda, o grave infortúnio político contemporâneo que vem da época de Pitágoras: a demagogia enquanto doença crônica da democracia. 

Um texto de fôlego. Investigação histórica, criatividade literária e provocações – ora sutis, ora ostensivas, mas sempre engenhosas - um presente, sem dúvidas, para o leitor que persegue a diversão inteligente.

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A regra de ouro de Pitágoras


quarta-feira, 3 de julho de 2019

Sobre homens e lobos



À beira do precipício, Alfredo investe em uma pequena granja como última esperança para recuperar a dignidade perdida. Seus sonhos e planos são destruídos por um inesperado acontecimento. É esta a embarcação que o autor utiliza para entregar suas mensagens, reflexões sobre o homem contemporâneo e suas circunstâncias.

“(...) ao concluir uma obra, não gosto mais de me manifestar sobre ela, considero ser esta uma prerrogativa do leitor; mas, desafiado, diria que ‘Sobre homens e lobos’ encerra, a um só tempo, um alerta e uma provocação. Alerta quanto aos tempos de intensas transformações que fazem com que desdenhemos valores vitais para a humanidade. Quanto à provocação, salta do conto como uma fábula às avessas, ‘o homem é o mais insano e cruel dos lobos’ (...)”, discorreu o autor em uma recente entrevista. 

Quando nos deparamos com uma narrativa curta, focada em um só conflito, com unidade de ação, tempo e com número diminuto de personagens, eis-nos diante de um conto, gênero literário que sempre atraiu Antônio Carlos dos Santos.

O interesse, nas palavras do escritor, “se vincula às origens primitivas do gênero narrativo, a milenar tradição de transmitir a história de forma oral, uma vez que o registro escrito ainda estava para ser criado. Foram os temas épicos e folclóricos que impulsionaram o gênero até chegar ao estilo despretensioso e despojado dos dias atuais, a brevidade, a concisão e a escrita em prosa”.

Os contos apresentam uma linguagem tão singular que Eça de Queirós, um ícone da literatura portuguesa chegou a teorizar sobre ele:
- No conto tudo precisa ser apontado num risco leve e sóbrio: das figuras deve-se ver apenas a linha flagrante e definidora que revela e fixa uma personalidade; dos sentimentos apenas o que caiba num olhar, ou numa dessas palavras que escapa dos lábios e traz todo o ser; da paisagem somente os longes, numa cor unida.

Antônio Carlos aderiu de forma entusiástica ao gênero quando publicou, no livro “Tiradentes, o mazombo”, vinte contos dramáticos de alta densidade e vigor literário. 

Agora nos brinda com “Sobre homens e lobos”, um conto inédito, alegoria que enfoca o dilema de um pequeno produtor rural consumido em dúvidas quanto a punir ou não um lobo que lhe rouba o meio de subsistência.

Em uma estória aparentemente despretensiosa o autor mergulha fundo em questões candentes que angustiam o homem contemporâneo: o eterno dilema entre a justiça e a injustiça, a culpabilidade e a inocência; a erudição enquanto instrumento de falácia e mola propulsora da impunidade; o discurso politicamente correto e a derrocada do bem em face das maquinações dos lobos do homem.

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terça-feira, 2 de julho de 2019

Shakespeare e a procrastinação



O que Hamlet, uma das obras primas de Willian Shakespeare, teria a ver com a procrastinação, uma chaga que assola a humanidade desde as eras mais remotas?

Hamlet é a tragédia de um homem tomado pela procrastinação. Posterga a tal ponto a tomada de decisão que, finalmente, quando se determina pela ação, obtém como resultado o desastre: um suicídio e 7 assassinatos. 

Este livro apresenta concepções teóricas sobre a procrastinação. Disponibiliza conceitos, estratégias e metodologias que, à luz do planejamento, se constituem num roteiro, um guia para a travessia de mares tão revoltos. Apresenta valores, princípios e desenhos que auxiliam no processo de superação deste grave problema que aflige o homem desde os seus primórdios.

O que poucos sabem é que o assunto procrastinação constitui-se de um mix onde atuam questões relacionadas tanto à fisiologia quanto à psicologia. A falta de ação e o agir com atraso guardam intrínsecas relações com o que se estabelece no âmago do cérebro, as conexões entre os neurônios, os encadeamentos físicos, químicos e elétricos processados na amígdala cerebelosa, no sistema límbico. 

São essas questões que o livro procura açular, incentivar, discutir.

Mas não o faz sob o ponto de vista meramente acadêmico, do debate convencional e padronizado. Ao contrário, utilizando a obra literária do maior dramaturgo de todos os tempos, vai navegando sobre os referenciais essenciais à temática:

- a produtividade e suas conexões com a trilogia da sustentabilidade – a eficiência, a eficácia e a efetividade;
- a importância do planejamento no equacionamento da antagônica relação ‘atrasos’ X ‘entregas bem-sucedidas’; 
- a relevância de componentes como concentração, foco e desenvolvimento da plena atenção como combustíveis da produtividade;
- a interdependência ‘estresse – procrastinação’ e os recursos da descentralização e da desaceleração como alavancas para as transformações e melhorias da qualidade de vida; 

Sem deixar de considerar, naturalmente, os aspectos fisiológicos e psicológicos que guardam fina relação com os atrasos, a protelação, os adiamentos.

E que, desde já, fique claro. Se o leitor busca pela magia capaz de, num estalar de dedos, resolver seus dilemas com a improdutividade e a procrastinação, está no lugar errado, o livro que procura não é este. Aqui não encontra guarida o ilusionismo e a feitiçaria, o encantamento e a prestidigitação; tão pouco as soluções sebastianistas de imersão total e demais penduricalhos impostos pela indústria das consultorias. 

Obter sucesso na batalha contra a procrastinação é o mesmo que tornar-se mais produtivo e mais feliz. 

Um esforço que exige disciplina, metodologia apropriada, mudança de paradigmas, a incorporação de um modelo de vida que compatibilize pensamentos positivos, atitudes proativas e ações planejadas.

Nestas circunstâncias, é fundamental a adoção de estratégias apropriadas, objetivos corajosos, metas realizáveis, indicadores válidos, de um conjunto de procedimento que culmine em novos hábitos, novas práticas, novas formas de relacionamento com o outro e com o ambiente, novo modo de encarar a vida. 

E para a construção deste novo cenário – em que a procrastinação não prospere – é fundamental que haja pleno comprometimento.

Não é fácil parar de delongar. Mas é possível. O fato de outros terem conseguido demonstra que é possível se condicionar para enfrentar a questão de modo satisfatório, tomar a decisão no momento adequado, agir, agregar produtividade e qualidade ao exercício diário. 

O príncipe Hamlet, da Dinamarca, é o exemplo cabal de que o ato de protelar não implica em prejuízos apenas para o procrastinador, mas para todos os que gravitam a sua volta, para a cadeia de atividades relacionadas, para as entregas intra e extra organizacionais; implica em perdas e danos para a própria existência. 

O desafio está lançado. A palavra – e a ação – estão, agora, com o leitor amigo.

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segunda-feira, 1 de julho de 2019

A cultura indígena está morrendo?



Anhangá, na cultura indígena é a divindade protetora da floresta e dos animais, o ente espiritual defensor do meio ambiente, o guardião do planeta. 

Deus da caça no campo, Anhangá persegue e castiga os índios que cometem excessos, os que acossam e matam animais por puro divertimento. A caça é admitida desde que realizada em função da sobrevivência e da segurança alimentar. Qualquer outra possibilidade é tratada como crime ambiental e recebe do espírito protetor da natureza punição exemplar. 
Os que se dedicam à caça de filhotes ou de animais prenhes ou que estejam amamentando recebem as punições mais rigorosas.

Anhangá pode assumir a forma do boi ou a do peixe, o aspecto do macaco ou o do pássaro, a aparência da onça pintada ou a do jacaré, não existe limitação para as mutações, a necessidade é quem dá o norte.

Quando na forma de veado, sua conformação mais popular – a de um cervo branco com olhos de fogo e uma cruz na testa – atende pelo nome de Suaçu-anhangá; quando o espírito se materializa como tatu, passa a ser denominado Tatu-anhangá. Adora se transformar em touro para gozar da força desproporcional deste animal, ocasiões em que é conhecido como Tapira-anhangá; na forma do maior peixe da Amazônia é chamado de Pirarucu-anhangá. Já quando adota a aparência humana, Anhangá passa a ser conhecido como Mira-anhangá. 

É este rico substrato que dá sustentação às narrativas e aos conflitos que movimentam a peça teatral “Anhangá, o espírito protetor da natureza – a lenda indígena”.

Cabe ao espírito de luz liderar uma luta titânica em defesa do planeta, ameaçado por políticos corruptos, empresários vigaristas e uma malta de estrangeiros inescrupulosos que, sob o pretexto de promover a prosperidade, enganam, iludem, fraudam, roubam os recursos naturais e pulverizam os sonhos e as esperanças da população em busca de justiça e desenvolvimento sustentável.

A fauna, a flora e a relação do homem com a natureza; a caça de extermínio; o tráfico de animais e a biopirataria; a exploração predatória dos recursos minerais e naturais; os mecanismos de dominação econômica; a corrupção na administração pública e no mundo empresarial; a desumanização; o ataque aos valores tradicionais e a hegemonia cultural, temas candentes que atormentam o homem moderno e que são discutidos na peça com a profundidade, o humor e a leveza propiciados pela comédia, pela sátira e pelo drama, gêneros desenvolvidos pelo teatro clássico grego e que o autor utiliza com maestria e criatividade.


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