quarta-feira, 28 de junho de 2017

Pinacoteca de São Paulo abre exposição com mais de 100 obras de museu português


A Pinacoteca de São Paulo abriu no dia 24 a exposição Coleções em Diálogo, com produções artísticas do Brasil e de Portugal. Estão sendo expostas 107 obras do acervo do Museu Nacional de Soares dos Reis, que fica na cidade do Porto.
O evento integra o calendário cultural do Experimenta 17, uma série de ações organizadas pelo Consulado Geral de Portugal em São Paulo para promover o intercâmbio artístico e cultural dos dois países.
A exposição faz parte do programa que constrói relações entre a coleção da Pinacoteca e de outras instituições e fica em cartaz até 16 de outubro. A curadoria conjunta é de Elisa Soares, conservadora de pintura do museu português, e de Fernanda Pitta, curadora da Pinacoteca. A proposta é explorar a construção de uma arte nacional em Portugal e no Brasil.
Segundo Fernanda Pitta, a questão central da exposição é a forma com que “o meio cultural português preocupou-se em identificar ou fazer surgir uma arte própria, inscrita na tradição europeia e ocidental, mas dotada de uma singularidade específica”. Nessa construção, segundo a curadora da Pinacoteca, questiona-se o lugar da representação da paisagem, dos costumes e do cotidiano. “Tal processo é bastante similar ao que ocorreu no Brasil”, explica.
O Museu Nacional de Soares dos Reis é herdeiro do primeiro museu público dedicado à arte criado em Portugal: o Museu Portuense de Pinturas e Estampas, de 1833. A instituição possui coleções de arte portuguesa e de mobiliário, porcelana, vidros, ourivesaria, joalheria, têxteis, arqueológicas, entre outras.
Serviço
A Pinacoteca fica na Praça da Luz, número 2, na região central de São Paulo. A visitação é aberta de quarta-feira a segunda-feira, das 10h às 17h30. O ingresso custa R$ 6. Crianças menores de 10 anos e idosos não pagam. Aos sábados, a entrada é gratuita para todos os visitantes.
Por Camila Maciel, da Agência Brasil


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O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:


A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.   

Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.

"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.

Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.

A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.

Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.

Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.

É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.


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