Ela protagonizou o primeiro orgasmo feminino em primeiro plano
no polêmico "Êxtase" (1933) e entrou para a história como a sensual
Dalila do mítico filme de Cecil B. De Mille, mas Hedy Lamarr (1914-2000) foi
também uma mente privilegiada que inventou uma técnica de encriptação
precursora do Wi-Fi.
Aos 51 anos, a atriz
austríaca escreveu suas memórias sem mencionar sua faceta de inventora - também
idealizou um sistema melhorado de semáforos e um refresco em pastilha -, que
finalmente estão detalhados na edição revisada da obra.
Seu invento, criado junto com
George Antheil, foi "o salto de frequência", uma técnica de
encriptação idealizada para teleguiar torpedos contra os nazistas.
O sistema foi chave no
desenvolvimento do chamado 'espectro alargado', uma forma de utilizar várias
frequências de rádio sem interferências na qual se baseiam as redes sem fios.
Lamarr e Antheil viajaram
juntos em 1942 para ceder grátis a patente ao exército dos Estados Unidos, mas
o governo não os levou a sério.
Embora nunca tenha sido usada
durante a Segunda Guerra Mundial, a invenção foi recuperada durante a crise dos
mísseis de Cuba em 1962. Mas apenas em 1997 o casal obteve o reconhecimento
público, ao ser premiado pela Electronic Frontier Foundation e receber um
Bulbie (o Oscar dos inventores).
Filha de um banqueiro
austríaco e de mãe húngara, culta e poliglota, Lamarr nasceu em Viena em 9 de
novembro de 1913 como Hedwig Eva Maria Kiesler. Recebeu uma educação excelente
e começou a cursar Engenharia, mas seu primeiro marido, o fabricante de armas
Friedrich Mandl, a obrigou a abandonar os estudos.
Acabou escapando, de seu
marido e dos nazistas, primeiro para Paris e depois para Londres, onde conheceu
Louis B. Meyer, o magnata da Metro Goldwyn Mayer (...).
Por Magdalena Tsanis. EFE