Gilmar e Aécio transcritos
Eis a transcrição, segundo o G1, do telefonema no
qual Aécio Neves pediu ajuda de Gilmar Mendes para convencer o senador Flexa
Ribeiro (PSDB/PA) a votar a favor do projeto de lei que endurece as punições
para autoridades que cometem "abusos".
Aécio Neves::
Oi, Gilmar. Alô.
Gilmar Mendes: Oi,
tudo bem?
Aécio: Você
sabe um telefonema que você poderia dar que me ajudaria na condução lá. Não sei
como é sua relação com ele, mas ponderando... Enfim, ao final dizendo que me
acompanhe lá, que era importante... Era o Flexa, viu? [Aécio se referia
ao senador Flexa Ribeiro]
Gilmar: O
Flexa, tá bom, eu falo com ele.
Aécio: Porque
ele é o outro titular da comissão, somos três, sabe?... Né...
Gilmar: Tá
bom, tá bom. Eu vou falar com ele. Eu falei... Eu falei com o Anastasia e falei
com o Tasso... Tasso não é da comissão, mas o Anastasia... O Anastasia disse
“Ah, tô tentando... [incompreensível]...” e...
Aécio: Dá
uma palavrinha com o Flexa... A importância disso e no final dá sinal para ele
porque ele não é muito assim... De entender a profundidade da coisa... Fala
ó... Acompanha a posição do Aécio porque eu acho que é mais serena. Porque o que
a gente pode fazer no limite? Apresenta um destaque para dar uma satisfação
para a bancada e vota o texto... Que vota antes, entendeu?
Gilmar: Unhum.
Aécio: Destaque
é destaque é destaque... Depois não vai ter voto, entendeu?
Gilmar: Unhum.
Unhum.
Aécio: Pelo
menos vota o texto e dá uma...
Gilmar: Unhum.
Aécio: Uma
satisfação para a ban... Para não parecer que a bancada foi toda ela
contrariada, entendeu?
Gilmar: Unhum.
Aécio: Se
pudesse ligar para o Flexa aí e fala...
Gilmar: Eu
falo pra com ele... E falo com ele... Eu ligo pra ele... Eu ligo pra ele agora.
Aécio: ...[incompreensível]...
importante
Gilmar: Ligo
pra ele agora.
Aécio: Um
abraço.
"Logo em seguida, às 9h31, Aécio liga para o
senador Flexa Ribeiro e mantém a seguinte conversa, que durou 45 segundos:"
Aécio Neves: Um amigo nosso em comum que você vai ver quem é...
Está tentando te ligar... Aí você atende ele, tá? Um cara importante aí que
você vai ver que é.
Flexa Ribeiro: Tá bom.
Aécio Neves:...[incompreensível]...
no seu gabinete para fazer umas ponderações, aí você encontra comigo, tá bom?
Flexa Ribeiro:Tá
ok então, um abraço.
Aécio Neves:...[incompreensível]...
na CCJ.
Flexa Ribeiro: Então tá.
O Antagonista
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Nikolai Gogol: O inspetor geral.
O livro contém o texto original de Nicolai Gogol, a peça teatral “O inspetor Geral”. E mais um ensaio e 20 artigos discorrendo sobre a realidade brasileira à luz da magnífica obra literária do grande escritor russo. Dessa forma, a Constituição brasileira, os princípios da administração, as referências conceituais da accountability pública, da fiscalização e do controle - conteúdos que embasam a política e o exercício da cidadania – atuam como substrato para o defrontar entre o Brasil atual e a Rússia dos idos de 1.800.
Desbravar a alma humana através de Gogol é enveredar por uma aventura extraordinária, navegar por universos paralelos, descobrir mundos mantidos em planos ocultos, acobertados por interesses nem sempre aceitáveis.
A cada diálogo, a cada cena e ato, a graça e o humor vão embalando uma tragédia social bastante familiar a povos de diferentes culturas, atravessando a história com plena indiferença ao tempo.
O teatro exerce este fascínio de alinhavar os diferentes universos: o cáustico, o bárbaro, o inculto que assaltam a realidade, que obliteram o dia a dia; e o lúdico, o onírico, o utópico-fantástico que habitam o imaginário popular.
“O inspetor geral” é um clássico da literatura universal. Neste contexto, qualquer esforço ou tentativa de explicá-lo seria tarefa das mais frívolas e inócuas. E a razão é simples, frugal: nos dizeres de Rodoux Faugh “os clássicos se sustentam ao longo dos tempos porque revestem-se da misteriosa qualidade de explicar o comportamento humano e, ao deslindar a conduta, as idiossincrasias e o caráter da espécie, culminam por desvendar a própria alma da sociedade”.
Esta é a razão deste livro não aspirar à crítica literária, à análise estilística e, sim, possibilitar que o leitor estabeleça relações de causa e efeito sobre os fatos e realidade que assolavam o Império Russo de 1.800 com os que amarguram e asfixiam o Brasil dos limiares do século XXI.
Do início ao final da peça teatral, as similaridades com o Brasil atual inquietam, perturbam, assustam... Caracteriza a literatura clássica o distanciamento da efemeridade, o olhar de soslaio para com o passadiço pois que se incrusta nos marcos da perenidade. Daí a dramaturgia de Nicolai Gogol manter-se plena de beleza, harmonia, plástica, humor e atualidade.
Nesta expedição histórica, a literatura de um dos maiores escritores russos enfoca uma questão que devasta a humanidade desde os seus primórdios, finca âncoras no presente e avança, insaciavelmente, sobre o futuro. O dramaturgo, com maestria, mergulha nas profundezas do caráter humano tratando a corrupção, não como uma característica estanque, intrínseca exclusivamente à esfera individual, mas como uma chaga exposta que se alastrou para deteriorar todas as construções sociais, corroer as instituições e derrocar as organizações humanas.
É o mesmo contexto que compartilham Luís Vaz de Camões e Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Leon Tolstoi, Thomas Mann e Machado de Assis.
Mergulhar neste mundo auspicioso e dele extrair abordagens impregnadas de accountability pública é o desafio estabelecido. É para esta jornada que o leitor é convidado de honra.
O livro integra a Coleção Quasar K+:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.
Para saber mais sobre o livro "Nikolai Gogol: O inspetor geral - Accountability pública; Fiscalização e controle", clique aqui.