terça-feira, 19 de setembro de 2017

Intolerância e respeito às religiões são temas do Prêmio Osé Mimo


A segunda edição do Prêmio Osé Mimo de Valorização da Diversidade Étnica e Cultural, cujas inscrições terminam na próxima quarta-feira (20), vai abordar a questão da intolerância e a necessidade de respeito entre as religiões. De julho até a semana passada, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos do Rio de Janeiro registrou 32 casos de intolerância religiosa, dos quais oito ocorreram em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, município com o maior número de casas de religião de matriz africana da região.
O nome do Prêmio Osé Mim significa “machado sagrado”. Ele foi criado por quatro casas de religiões de matriz africana, que integram o Coletivo Osé Mimo: Ilé A é Efón, liderada pelo Babalori a Elias d’Iansã; Ilé A é Oiyá Iyá Mí, da Iyalori a Rita d’Oiyá; Ilé A é Oiyá Tolore Osun, da iyalori a Neném d’Iansã; e Ilé A é Omin Odara, do Babalori a Carlinhos d’O aguian.
“É inadmissível que as pessoas não nos respeitem. Nós não batemos na porta de ninguém; nós cultuamos a natureza; não ofendemos ninguém e somos atacados”, disse a Iyalori a Rita d’Oiyá. Ela afirmou que é preciso que a sociedade conheça o candomblé para compreender que está havendo uma grande confusão. “A coisa está muito agressiva”, disse Rita, para completar que “o Osé Mimo vem para mostrar o contrário”.
As inscrições podem ser feitas na internet. A premiação ocorrerá no dia 11 de outubro, no Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, região central da capital fluminense, e vai homenagear as mulheres, na figura da ialorixá Mãe Beata de Iemanjá, que morreu no dia 27 de maio deste ano. Ela será homenageada por sua trajetória cultural, política e religiosa.
Um balé da companhia de dança Corpafro apresentará a história das iabás (orixás femininos) Iansã, Obá e Oxum, esposas de Xangô, o deus da justiça, que é o patrono do prêmio.
Serão premiadas onze iniciativas ou pessoas em sete categorias: promoção da cultura, manutenção do patrimônio material e imaterial, proteção dos direitos, respeito entre as religiões, serviço social e ações de sustentabilidade, mídia e comunicação e combate ao racismo e à discriminação.
O prêmio tem o apoio da prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.
Agência Brasil



O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:


A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.   

Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.

"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.

Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.

A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.

Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.

Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.

É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.


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