quinta-feira, 4 de julho de 2019

Pitágoras



Pitágoras nasceu na Grécia e viveu entre os séculos VI e V a.C.

Ávido por conhecimento, passou mais de vinte anos no Egito, onde - junto a mestres, magos e sacerdotes - desenvolveu habilidades que o levariam a figurar como um dos maiores ícones da humanidade. 

Quando os exércitos persas invadiram o Egito, foi feito prisioneiro e enviado, pelo rei Cambises, para a Babilônia. Na Mesopotâmia aprofundou os estudos que resultaram nas maravilhosas descobertas relacionadas à matemática, à astronomia, à metafísica e à filosofia. 

Na política, experimentou uma importante transição histórica. A aristocracia galvanizava o apoio de intelectuais, artistas e dos extratos mais esclarecidos da população, pois que a monarquia invariavelmente desaguava na tirania, e a democracia, na dissimulada demagogia. Também a aristocracia, quando em desequilíbrio, resultava na oligarquia, o que não impediu que ilustres personalidades, como Pitágoras, defendessem este sistema político.

Criou na ilha de Samos, onde nasceu, a Semicírculo, centro de ensino dedicado à difusão de sua doutrina. Os filiados deveriam abrir mão do patrimônio pessoal aderindo a rígidos princípios como a lei do silêncio e a do absoluto segredo. A primeira obrigava o iniciado a permanecer calado, impedido de falar por até 9 anos, apenas escutando para melhor assimilar os ensinamentos dos mestres; já a segunda lei proibia a divulgação das descobertas científicas para os não filiados, para o público externo.

Problemas políticos o obrigaram ao exílio em Crotona. Nesta cidade - hoje território italiano - fundou a Escola de Filosofia. O vegetarianismo; as pesquisas com a magia, o espiritismo e a metafísica; a obstinação pela simplicidade e o exercício da reflexão crítica; a numerologia e a matemática; a astronomia, a música e a filosofia compunham os campos de interesse dos pitagóricos. 

O Teorema de Pitágoras, as descobertas dos números perfeitos e dos figurados, da proporção áurea, dos intervalos musicais e suas proporções aritméticas são exemplos que mostram criatividade e genialidade.

A formulação teórica e a prática de exercícios para a expansão da memória constituíam atividades prioritárias. E o objetivo não era, simplesmente, melhor lidar com a concentração e a conscientização sobre a vida presente, mas, sobretudo, recuperar as lembranças das vidas passadas. 

Meditação profunda, o exame da consciência, o raciocínio lógico e a reflexão crítica eram os substratos para conquistar a libertação da matéria e a sublimação do espírito. Na doutrina enfatizavam o ciclo da transmigração da alma e uma visão do universo como expressão da numerologia e do dualismo espírito-matéria. 

Foi mergulhando neste contexto histórico que o autor desenvolveu as tramas e conflitos que sustentam ‘Pitágoras - tortura, magia e matemática na escola de filosofia que mudou o mundo’, uma peça teatral original que conduz o leitor aos mistérios do mundo antigo. Grécia, Egito e a Babilônia são os cenários das disputas políticas entre os defensores da harmonia consagrada nos números racionais e os descobridores da inovação que provocaria o desequilíbrio cósmico, os números irracionais; conflito responsável por levar Pitágoras a uma frustrada tentativa de suicídio.

O assassinato de Hípaso de Metaponto; a numerologia e suas relações com a harmonia cósmica; as vinculações da matemática com a magia e a espiritualidade; a discalculia e as defasadas didáticas que dificultam o ensino da matemática são abordados num cenário de debates, contendas, crimes e traições. 

O enredo disseca, ainda, o grave infortúnio político contemporâneo que vem da época de Pitágoras: a demagogia enquanto doença crônica da democracia. 

Um texto de fôlego. Investigação histórica, criatividade literária e provocações – ora sutis, ora ostensivas, mas sempre engenhosas - um presente, sem dúvidas, para o leitor que persegue a diversão inteligente.

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A regra de ouro de Pitágoras