segunda-feira, 1 de julho de 2019

A cultura indígena está morrendo?



Anhangá, na cultura indígena é a divindade protetora da floresta e dos animais, o ente espiritual defensor do meio ambiente, o guardião do planeta. 

Deus da caça no campo, Anhangá persegue e castiga os índios que cometem excessos, os que acossam e matam animais por puro divertimento. A caça é admitida desde que realizada em função da sobrevivência e da segurança alimentar. Qualquer outra possibilidade é tratada como crime ambiental e recebe do espírito protetor da natureza punição exemplar. 
Os que se dedicam à caça de filhotes ou de animais prenhes ou que estejam amamentando recebem as punições mais rigorosas.

Anhangá pode assumir a forma do boi ou a do peixe, o aspecto do macaco ou o do pássaro, a aparência da onça pintada ou a do jacaré, não existe limitação para as mutações, a necessidade é quem dá o norte.

Quando na forma de veado, sua conformação mais popular – a de um cervo branco com olhos de fogo e uma cruz na testa – atende pelo nome de Suaçu-anhangá; quando o espírito se materializa como tatu, passa a ser denominado Tatu-anhangá. Adora se transformar em touro para gozar da força desproporcional deste animal, ocasiões em que é conhecido como Tapira-anhangá; na forma do maior peixe da Amazônia é chamado de Pirarucu-anhangá. Já quando adota a aparência humana, Anhangá passa a ser conhecido como Mira-anhangá. 

É este rico substrato que dá sustentação às narrativas e aos conflitos que movimentam a peça teatral “Anhangá, o espírito protetor da natureza – a lenda indígena”.

Cabe ao espírito de luz liderar uma luta titânica em defesa do planeta, ameaçado por políticos corruptos, empresários vigaristas e uma malta de estrangeiros inescrupulosos que, sob o pretexto de promover a prosperidade, enganam, iludem, fraudam, roubam os recursos naturais e pulverizam os sonhos e as esperanças da população em busca de justiça e desenvolvimento sustentável.

A fauna, a flora e a relação do homem com a natureza; a caça de extermínio; o tráfico de animais e a biopirataria; a exploração predatória dos recursos minerais e naturais; os mecanismos de dominação econômica; a corrupção na administração pública e no mundo empresarial; a desumanização; o ataque aos valores tradicionais e a hegemonia cultural, temas candentes que atormentam o homem moderno e que são discutidos na peça com a profundidade, o humor e a leveza propiciados pela comédia, pela sátira e pelo drama, gêneros desenvolvidos pelo teatro clássico grego e que o autor utiliza com maestria e criatividade.


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