quinta-feira, 17 de agosto de 2017

"Falta comunicação"

No seminário no Correio, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes criticou a política nacional de segurança pública e a falta de troca de informações entre os estados no combate ao narcotráfico e ao contrabando. 'Não temos uma política integrada, não temos uma política nacional de segurança pública nem uma governança de fronteira', apontou.
Na opinião do ministro, enquanto o país não reduzir o contrabando nas divisas, as cidades continuarão sofrendo com a criminalidade. 'Estaremos enxugando gelo nos grandes centros enquanto não combatermos o crime organizado nas fronteiras', disse Nardes. 'Ter uma boa articulação política não resolve. É preciso ter centro de governo e inteligência. Se não tiver, não combate o crime', completou. O deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) alegou que 'não dá para passar a mão na cabeça' de quem pratica esses atos ilícitos. 'Hoje se puxa o gatilho sem nenhum pudor, porque se confia na impunidade.
Sabemos que não é uma mudança que ocorre no estalar de dedos. É uma cultura que precisa ser alterada, então, não pode dar um grande salto. É um passo de cada vez', declarou. Fernando Bomfiglio - membro da coordenação do movimento em defesa do mercado legal - comemorou o que considera uma das mais importantes operações: a que desbaratou uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A Hammer-on tem como alvo empresas que movimentaram R$ 5,7 bilhões de origem ilícita entre 2012 e 2016. Os criminosos utilizavam contas bancárias de empresas fantasmas para receber dinheiro de pessoas físicas e jurídicas interessadas em mercadorias, drogas e cigarros. Os produtos vinham do Paraguai. Foram cumpridos 153 mandados judiciais - sendo 19 de prisões preventivas e temporárias e 53 de condução coercitiva - no Paraná, em São Paulo, em Minas Gerais, no Espírito Santo e em Santa Catarina. 'Sabemos da complexidade de ação, sabemos do contingenciamento dos recursos, sabemos das dificuldades, mas este Brasil (com grande mercado ilícito) não é o Brasil que nós queremos. Ações como essa (operação) nos dão o alento de que o país está na direção do que nós queremos', enalteceu Bomfiglio. (RS e HF)

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