No seminário no
Correio, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes
criticou a política nacional de segurança pública e a falta de troca de
informações entre os estados no combate ao narcotráfico e ao contrabando. 'Não
temos uma política integrada, não temos uma política nacional de segurança
pública nem uma governança de fronteira', apontou.
Na opinião do
ministro, enquanto o país não reduzir o contrabando nas divisas, as cidades
continuarão sofrendo com a criminalidade. 'Estaremos enxugando gelo nos grandes
centros enquanto não combatermos o crime organizado nas fronteiras', disse
Nardes. 'Ter uma boa articulação política não resolve. É preciso ter centro de
governo e inteligência. Se não tiver, não combate o crime', completou. O
deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) alegou que 'não dá para passar a mão na
cabeça' de quem pratica esses atos ilícitos. 'Hoje se puxa o gatilho sem nenhum
pudor, porque se confia na impunidade.
Sabemos que não é
uma mudança que ocorre no estalar de dedos. É uma cultura que precisa ser
alterada, então, não pode dar um grande salto. É um passo de cada vez',
declarou. Fernando Bomfiglio - membro da coordenação do movimento em defesa do
mercado legal - comemorou o que considera uma das mais importantes operações: a
que desbaratou uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e
evasão de divisas. A Hammer-on tem como alvo empresas que movimentaram R$ 5,7
bilhões de origem ilícita entre 2012 e 2016. Os criminosos utilizavam contas
bancárias de empresas fantasmas para receber dinheiro de pessoas físicas e
jurídicas interessadas em mercadorias, drogas e cigarros. Os produtos vinham do
Paraguai. Foram cumpridos 153 mandados judiciais - sendo 19 de prisões
preventivas e temporárias e 53 de condução coercitiva - no Paraná, em São
Paulo, em Minas Gerais, no Espírito Santo e em Santa Catarina. 'Sabemos da
complexidade de ação, sabemos do contingenciamento dos recursos, sabemos das
dificuldades, mas este Brasil (com grande mercado ilícito) não é o Brasil que
nós queremos. Ações como essa (operação) nos dão o alento de que o país está na
direção do que nós queremos', enalteceu Bomfiglio. (RS e HF)
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